LITERATURA

Livro é concebido como resposta a formas de repressão contra mulheres

Da Redação
Publicado em 02/09/2022 às 19:59.
Roberta Veiga é professora do departamento de Comunicação da UFMG (Arquivo Pessoal/Divulgação)

Roberta Veiga é professora do departamento de Comunicação da UFMG (Arquivo Pessoal/Divulgação)

A professora mineira Roberta Veiga estreia na literatura com o lançamento de seu livro de poemas “Cavalo e Caramelo”, pela Quintal Edições. A autora participa da sessão de autógrafos da publicação, com leitura dos poemas, neste sábado (3), a partir das 15 horas, no Bar da Gabi (Rua Silvianópolis, 197, Santa Tereza). O livro pode ser adquirido no site da editora por R$45,00.

Sobre a produção de “Cavalo e Caramelo”, Roberta explica que, “a maioria dos textos nasceram em 2021, segundo ano da pandemia, da vontade de dar vida a um sentimento marcado pelas formas de repressão biopolítica contra as mulheres, os pobres, os negros e negras, as mães, as velhas, o meio ambiente e os povos da floresta. A partir da ideia de liberdade da linguagem e da livre associação, os versos saíram”.

“Cavalo e Caramelo” tem 20 poemas e traz ainda ilustrações (sejam imagens, desenhos, ou fotografias) feitas especialmente para cada poesia, por de colaboradoras convidadas,“uma Ciranda de Mulheres”, conforme salienta Roberta, como Anna Karina Bartolomeu, Isabela Prado, Marina Fonseca, e de Cora, filha de Roberta, entre outras,engajadas na busca por pensar em conjunto as formas de vida.

“Já pensava nelas enquanto escrevia os poemas, pois a maioria delas são amigas muito próximas, são minhas colegas na UFMG, e assim como eu, são mulheres também inquietas sobre questões relacionadas ao feminismo, aos desafios de ser mulher - maternidade, menopausa, entre outros temas. Além disso, a maior parte delas faz parte do grupo de pesquisa Poéticas Femininas, Políticas Feministas, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG, que coordeno”, recorda.

Trabalho com as palavras

Apesar deste ser seu primeiro livro de poesias, Roberta Veiga já tem uma relação muito longa com a escrita, há mais de duas décadas. “Como pesquisadora e professora, escrevo muito e minhas produções acadêmicas, sobre filmes e análises de produções audiovisuais, são sempre bastante ensaísticas. Essa maneira de escrever mais aberta e um pouco impressionista, associada ao trabalho com as palavras e a tentativa de traduzir imagens em palavras, faz parte da minha atuação na universidade”.

De acordo com a docente, a poesia está presente em sua vida desde muito jovem. “Aos 11 anos, escrevi meus primeiros poemas, num caderno que preservo até hoje, e também lia bastante poesia. Aos 16, um poema meu integrou uma coletânea que foi publicada no colégio onde cursei o 2º grau (atual ensino médio). E, por fim, um dos motivos que escolhi o jornalismo como profissão, foi a vontade de ser escritora”, comenta, indicando Clarice Lispector como uma de suas principais influências.

Roberta salienta também a importância do feminismo na sua escrita, pois “a poesia tem uma relação muito forte com a feminilidade, com o ser mulher e com o feminino, pois proporciona uma passagem menos mediada, entre o que se sente e o que se escreve”.

As leitoras podem aguardar por uma segunda publicação poética da pesquisadora e professora. “Já estou escrevendo outros poemas. Desde que concluímos “Cavalo e Caramelo”, não parei de escrever poesias. Acredito que em breve, teremos mais um livro”. A docente tem ainda projetos para lançar um livro infantil e um de contos.

A autora

Roberta Veiga é doutora e mestre em Comunicação pela UFMG e Professora Adjunta do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH-UFMG) e do Programa de Pós-Graduação da mesma instituição. É coordenadora do Grupo Póeticas Femininas Políticas Feministas e integrante também do grupo Poéticas da Experiência.

É editora da revista Devires - Cinema e Humanidades (publicação da UFMG) e consultora acadêmica do Forumdoc (Festival do Filme Documentário e Etnográfico). Foi responsável pela tradução do livro “Nothing Happens: Chantal Akerman’s Hyperrealist Everyday”, de Ivone Margulies. E é autora de vários artigos em revistas sobre o tema “cinema e escritas de si no feminino: o pessoal é político”, e de capítulos nos livros “Feminismo e Plural: mulheres no cinema brasileiro” (2017) e “Mulheres de Cinema” (2019).Leia mais

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