Maria Alcina interpreta músicas feitas sob medida

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
22/02/2014 às 09:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:12
 (Jardiel Carvalho )

(Jardiel Carvalho )

Os 40 anos de carreira de Maria Alcina foram celebrados no ano passado, mas o produto que marca esse importante momento só chega agora às lojas. “De Normal (Bastam os Outros)” inaugura o selo Nova Estação, criado pelo produtor Thiago Marques Luiz, o responsável por conceber belas pérolas para grandes nomes da música brasileira que andavam sumidos da mídia tradicional.    A ideia inicial do álbum era trabalhar um repertório de músicas presentes no inconsciente popular – aquelas que todo mundo sabe cantar pelo menos um trechinho, independentemente da idade. Mas no decorrer do processo, o conceito foi se transformando.    Thiago pediu para que compositores marcantes criassem para o disco e várias músicas feitas sob medida para a voz de Alcina agradaram ao produtor e ao diretor musical Rovilson Paschoal. Assim, músicas novinhas de Zeca Baleiro, Arnaldo Antunes, Karina Buhr, Felipe Cordeiro, Anastácia e Péricles Cavalcanti foram inseridas no projeto.    “Foi muito interessante esse processo de pedir aos compositores para fazerem músicas sob medida. Todas se encaixaram muito bem. Sinal de que estão todos prestando atenção ao meu trabalho”, afirma Maria Alcina.    Jorge Ben Jor   Entre as músicas antigas aqui relembradas, estão “Sem Vergonha” (feita por Jorge Ben Jor especialmente para ela), “O Chefão” (João Bosco/Aldir Blanc) e “Dondoca” (Adoniran Barbosa).    O único convidado é Ney Matogrosso, que divide a voz no clássico “Bigorrilho” (Sebastião Gomes/Paquito/Romeu Gentil), que foi gravada por vários intérpretes. Foi o próprio Ney quem pediu para cantar essa música com Alcina.   “O público queria esse encontro. Uma vez, nos anos 80, encontrei com o Ney e ele me disse que as pessoas vinham lhe dizer que era para nós fazermos algo juntos. O meu público dizia o mesmo. Só agora realizamos esse desejo”, diz a mineira de Cataguases, que saiu de Minas aos 17 anos para construir sua carreira primeiramente no Rio de Janeiro e, depois, em São Paulo.   Cantora completa   Mesmo sendo dona de uma voz especialíssima, de um timbre inimitável, Maria Alcina já se deparou com pessoas que não compreendiam sua proposta artística. “Muitas vezes, não fui considerada uma cantora por algumas pessoas. Elas me viam como uma figura, uma atriz, uma caricata, uma comediante. Mas eu sempre achei que tudo isso é cantar”, afirma Alcina. “Juntando uma pitada de cada julgamento que faziam de mim, juntando cada palavra, cada significado, tem como resultado a cantora Maria Alcina”.    Ela quer ser reconhecida como cantora, mas não abre mão de trafegar por outras artes. “Quando vou para o palco, gosto de ver as pessoas rirem. Faço um pouco o papel de vedete, rindo de mim mesma. E isso também é cantar”.

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