SÃO PAULO - O músico Dave Grohl, ex-baterista do Nirvana e atual líder do Foo Fighters, disse que não consegue mais ouvir o álbum "In Utero" sem pensar na morte de Kurt Cobain, e pediu às pessoas que não lembrem disso ao escutar o disco.

"In Utero", último álbum de estúdio gravado pelo Nirvana, completa 20 anos de seu lançamento neste mês. Para celebrar a data, o disco foi relançado numa edição especial com 70 faixas, incluindo material jamais lançado da banda. Em entrevista à revista americana "Rolling Stone", Grohl afirmou que as pessoas precisam separar o disco da morte de Kurt Cobain. O vocalista cometeu suicídio em abril de 1994, aos 27 anos.

"O disco tem que ser ouvido da mesma maneira que foi quando ele saiu", comentou. "Esse é o meu problema com o disco. Eu costumava gostar de ouvi-lo, mas não o faço mais, justamente por isso."
"Para mim, se você ouve sem pensar na morte de Kurt, você consegue chegar à intenção original do disco", acrescentou. "Por exemplo, meus filhos. Eles sabem que eu era do Nirvana. Eles sabem que o Kurt morreu. Eu não contei para eles que ele se matou. Então, quando eles ouvem 'In Utero', eles obtêm aquela perspectiva fresca - a intenção original do álbum, como ouvido pela primeira vez. Algum dia, eles saberão o que aconteceu. E vai mudar tudo. Mudou para mim."

Legado

O baixista Krist Novoselic, outro ex-membro do Nirvana, disse em entrevista recente à rádio britânica XFM, que o disco é um "tributo à visão de Kurt". "Eu tenho muito orgulho dele [o álbum 'In Utero']. É muito bom e é um testemunho da visão artística de Kurt Cobain. Você ouve esse disco e tem aquela intensidade, aquele poder. É um disco agridoce, pesado."