“No Caminho da Felicidade” estreia neste sábado e mostra como alcançar esse estado

Thais Oliveira - Hoje em Dia
Hoje em Dia - Belo Horizonte
Publicado em 29/08/2015 às 08:35.Atualizado em 17/11/2021 às 01:33.
 (Multishow)
(Multishow)
Felicidade. Palavrinha fácil de proferir, mas tão difícil de alcançar. Será? Impossível, provavelmente, não, como mostrará a série “No Caminho da Felicidade”, que estreia neste sábado (29), às 18h, no canal pago Multishow. “A ideia é ajudar as pessoas a encontrarem novos caminhos para a felicidade. Falaremos deste sentimento e suas conexões com consumo, autoconhecimento, trabalho, tempo, entre outros”, conta a apresentadora do programa, Susanna Queiroz, 42.
 
Segundo a jornalista, a ideia surgiu durante as gravações de “No Caminho” (Multishow, 2009 a 2013), quando viajou pelo mundo atrás de diversidade espiritual. A primeira parte do novo seriado terá oito episódios e se desenvolve a partir de depoimentos de especialistas do Brasil e Estados Unidos. Entre os convidados, estão o sociólogo Domenico De Masi, o escritor Marcelo Rubens Paiva, o físico Stephen Little, os atores Marcos Palmeira e Mateus Solano, o astrólogo Waldemar Falcão, o jornalista Oliver Burkeman, o rabino Nilton Bonder, o líder humanitário Sri Prem Baba e o maestro Felipe Prazeres.
 
Por meio de alguns hábitos como gratidão, autoconhecimento e altruísmo e do somatório dos diferentes pontos de vistas, Susanna diz que espera dar o “clique” inicial em pessoas que se consideram infelizes, deprimidas ou paralisadas “pela força deste mundo acelerado e competitivo em que vivemos”. “Se este ‘clique’ de fato acontecer com pelo menos algumas pessoas, considero que já vai ter valido a pena compartilhar, com o público, este caminho tão enriquecedor que venho trilhando recentemente”.
 
Afinal, o que é felicidade? Estado de emoção e sensação que decorre da satisfação, da realização, de sentir-se contente e de bem estar com alguém ou com alguma coisa. Isto é felicidade, conforme a definição da psicóloga e coach, Karina Campos, 36.
 
O acesso a ela, contudo, tem sido desafio e busca eterna para muitos, que nunca a desfrutam. Para Karina, isto acontece porque a sociedade banalizou a felicidade, transformando-a conflituosa e dando a impressão de que é necessário estar feliz o tempo todo, como é mostrado, por exemplo, ilusoriamente nas redes sociais. “Felicidade é ‘ser’ e os padrões culturais de ‘ter’ deturpam o sentido do estado satisfatório. Então, torna-se descartável ‘essa tal felicidade’; porque hoje eu tenho algo, mas amanhã quero outra coisa”, considera.
 
Karina ressalta também que é importante as pessoas se sentirem frustradas em determinadas ocasiões e saberem lidar com este sentimento, pois faz bem para a saúde mental. “A vida não é linear. É feita de desníveis com altos e baixos, montanhas e depressões, e isso nos dá vazão à compreensão das emoções”, afirma.
 
A psicóloga explica ainda que cada indivíduo possui uma concepção da vida e forma própria de alcançar a felicidade. “O ideal é que as pessoas saiam dos paradigmas impostos socialmente. O segredo é identificar o que é felicidade para si mesmo. E ela não é comprável, não é adquirida. É sentida. Acredito que existe uma correria imensa em busca dessa tal felicidade, enquanto que o que se precisa é parar para sentir. Pausa para a felicidade. Pausa para sentir qualquer sentimento”, finaliza.
 
- Karina Campos, psicóloga e coach: “Comparo a felicidade com uma estação de trem ou metrô: você está à espera e o trem chega, você não embarca. Vem outro trem, chega e você não embarca. E mais outro... As pessoas não ‘embarcam’ na felicidade, não a sentem”
 
 
Executivo larga presidência de empresa para ‘discutir a felicidade’
 
Quando criança, por volta dos seus 8 anos de idade, Mauricio Patrocinio, 38, insistia em perguntar à mãe: “por que as pessoas não sorriem?”. A questão era pertinente – afinal, a cada virada de esquina, se deparava com uma “cara fechada”. “Aquilo me intrigava”, recorda.
 
Diferentemente da maioria dos adultos, Patrocinio não deixou a sensibilidade de criança ir embora com o passar do tempo. No entanto, foi necessário um hiato de 30 anos para ver o sonho de menino chegar mais perto da realidade.
 
Formando em administração, Patrocinio trabalhou como executivo por 23 anos, sendo que, nos últimos oito, sentava-se na cadeira de presidente de uma empresa. “Naquela época, algo me tocou; pensei: ‘isto é tudo?’ Ser presidente é ótimo, mas não define o meu propósito de vida, que é ajudar o maior número de pessoas a serem felizes”.
 
Virada
 
A decisão de sair do emprego foi tomada no último mês de junho – 12 anos depois de começar a escrever o seu primeiro livro, a ser lançado no fim de setembro. A publicação é fruto do projeto “Discutindo a Felicidade”, que inclui palestras motivacionais, posts no Facebook e no Instagram e vídeos no YouTube.
 
“Ao saber da minha escolha, alguns perguntam: ‘então é preciso fazer uma loucura para ser feliz?’ Pelo contrário, as loucuras nos fazem infelizes; todo exagero é burro. Meu desligamento foi planejado”, diz.
 
Qual é fórmula?
 
Segundo Patrocinio, as pessoas costumam querer uma resposta simples, porém, não existe fórmula mágica para ser feliz. Para ele, trata-se de uma questão individual, além de atemporal e dinâmica – pois o que faz alguém feliz, hoje, pode não fazer amanhã. Por isto, as pessoas precisam evoluir e se conectar com a sua essência, definir valores legítimos e traçar um plano de vida. “Por mais mórbido que pareça, temos que refletir: qual vídeo da minha história gostaria de ver nos últimos cinco minutos de vida? Que legado quero deixar? É preciso olhar para trás e dizer que fomos felizes. Claro, há muito o que considerar e discutir sobre o tema – por isto, o livro”, afirma.
 
Produção cultural também aborda o tema ‘felicidade”
 
Tema presente em diversos campos, a felicidade já inspirou muitas músicas. Claudio Zoli, por exemplo, compôs “Felicidade Urgente”, gravada por Elba Ramalho. “Quero te fazer feliz. Quero ser feliz também. Com você tá tudo bem”, diz o refrão. Pharrell Williams foi outro que deixou a sua marca, com “Happy”. E como não lembrar de Michael Jackson e a bela “Happy”? Já Zélia Duncan gravou “Felicidade”, de Luiz Tatit. Fábio Jr. cunhou a sua “Felicidade”, aquela, que “brilha no ar”.
 
Tem, ainda, “Don’t Worry Be Happy”, de Bobby McFerrin (que, aliás, não a canta mais em shows). “Felicidade é só questão de ser”, pontua, por sua vez, Marcelo Jeneci. E Ivan Linsprega que “com força e com vontade, a felicidade, há de se espalhar, com toda intensidade...”
 
Cinema
 
Imagine uma pessoa absurdamente feliz. Assim é a Poppy (Sally Hawkins), do filme “Simplesmente Feliz” (2008), de Mike Leigh. No longa, ela é uma professora primária, que leva na brincadeira situações sérias. Problema é que, em muitas ocasiões, acaba sendo irresponsável. Scott (Eddie Marsan), seu professor na auto-escola, por exemplo, não aguenta mais a falta de atenção da moça na direção.
 
Um dos mais famosos filmes, no entanto, é “À Procura da Felicidade” (2006), com Will Smit. Na trama, ele é Chris, pai solteiro que, para sustentar o filho, de 5 anos, consegue uma vaga de estagiário numa corretora de ações – mas não recebe salário pelos serviços prestados. Pai e filho passam, então, a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros, na esperança de dias melhores.
 
Literatura
 
A Editora Autêntica lançou, recentemente, “Construções da Felicidade”, fruto de um debate em torno da felicidade. Foram feitos questionamentos como: por quais desvãos a busca pela felicidade pode desviar seu rumo e redundar em seu oposto, de tal maneira que indivíduos e sociedades se convertam, à sua revelia, em construtores de autoritarismo e de infelicidades? O debate contou com pesquisadores de diferentes perspectivas de oito países.
 
Além disso - Meta-coaching ensina a usar a linguagem a seu favor
A forma de se comunicar e de se portar reflete na vida das pessoas e, consequentemente, no que sentem, considera a meta-coaching Raquel Couto. Segundo ela, isto acontece porque é por meio da linguagem oral e corporal que os indivíduos criam o contexto em que vivem. “Desta forma, podemos atribuir significados positivos ou negativos a nós mesmos, ao que fazemos e no que diz respeito às relações com outras pessoas, pois, como seres humanos, somos criadores de significados”, diz.
 
Para a profissional, por ser o homem deste modo, a felicidade também acontece dentro da cabeça dele. “Podemos dizer que a felicidade tem relação direta com a forma com a qual as pessoas dão significados ao que ocorre, gerando uma emoção”. Como exemplo ela cita os momentos de choro, quando, em geral, a postura corporal se encurva e o olhar se volta para o chão. “Automaticamente nos colocamos numa dimensão de tristeza, dor, depressão etc. Se, pelo contrário, elevarmos nossa postura, tudo muda”, avalia.
 
Veja dicas de Raquel Couto para potencializar a realidade:
 
– Procure falar no positivo e evite a palavra “NÃO”. O “não” existe apenas na linguagem e não na experiência.
– Cuidado com a palavra “MAS”, que nega tudo que vem antes. Substitua “MAS” por “E” quando indicado.
– Cuidado com a palavra “TENTAR” que pressupõe a possibilidade de falha. Evite “TENTAR”; “FAÇA”.
– Cuidado com as palavras “DEVO”, “TENHO QUE” ou “PRECISO”, que pressupõem que algo externo controla sua vida. Em vez delas, use “QUERO”, “DECIDO”, “VOU”.
– Cuidado com “NÃO POSSO” ou “NÃO CONSIGO”, que dão a ideia de incapacidade pessoal. Use “NÃO QUERO”, “DECIDO NÃO”, “NÃO PODIA”, “NÃO CONSEGUIA”, que pressupõe que vai poder ou conseguir.
– Fale das mudanças desejadas para o futuro utilizando o tempo do verbo no presente. Por exemplo, em vez de dizer “vou conseguir”, diga “estou conseguindo”.
– Substitua “SE” por “QUANDO”. “QUANDO” pressupõe que você esta decidido.
 
Trabalho do Instituto HAHAHA ajuda pacientes, diz pesquisa
O riso cura, literalmente. Famosos por alegrar crianças em hospitais, os palhaços do Instituto HAHAHA mostram efeitos positivos do trabalho que fazem agora em dados. Neste mês, a instituição realizou a pesquisa “Pesquisa de Impacto sobre a Atuação de Palhaços Profissionais em Hospitais” com crianças e seus pais e profissionais da saúde. 
 
Segundo o coordenador e palhaço do Instituto HAHAHA, Eliseu Custódio, a pesquisa, que foi qualitativa, apontou que a maioria dos entrevistados aprovam a manutenção das visitas dos palhaços nos hospitais. Além disto, quase a totalidade afirmou que o trabalho do grupo ajuda no tratamento e cura das doenças e que as crianças passam a observar o hospital como espaço de laser e brincadeira. 
 
A nova pesquisa confirma ainda outra realizada em 2008, em parceira com o Instituto Fonte, no Hospital da Baleia, Hospital das Clínicas, Santa Casa e Hospital João Paulo II. Na época, o estudo mostrou que 85,4% das crianças apresentaram evidências clínicas de melhoras.
 
 
Atualizada às 10h05 do dia 31 de agosto de 2015.
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