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Paramount+ lança filme 'Vai Dar Nada', dirigido por Jorge Furtado e produzido por Guel Arraes

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
23/05/2022 às 14:04.
Atualizado em 23/05/2022 às 15:01
Filme é a primeira produção nacional bancada pela Paramount+ (Paramount+/Divulgação)

Filme é a primeira produção nacional bancada pela Paramount+ (Paramount+/Divulgação)

Uma história tem diversos lados e a que Jorge Furtado buscou trilhar em “Vai Dar Nada” tem um pé no humor. O Brasil que o diretor gaúcho mostra no filme que acaba de ser disponibilizado pelo canal de streaming Paramount+ é o da esperança.

“Nossa visão é a da alegria, trazendo a ideia de que tudo vai dar certo. Esse é o prazer da comédia, em que tudo está bem quando termina bem. Precisamos rir. Estamos num momento tão difícil e é importante ter a esperança de que vamos rir disso tudo no final”, registra.

Produtor do filme e responsável por um dos grandes sucessos cômicos dos últimos 20 anos, com a adaptação de “O Auto da Compadecida”, Guel Arraes cita um dos primeiros títulos do longa, “Os Foras-da-Lei”, para defini-lo, usando-o com a ideia de irreverência e contestação.

A brincadeira “séria” que o filme propõe está presente, por exemplo, na maneira como os personagens – especialistas em roubos de carros – buscam “esquentar” os documentos, em especial o seguro que os motoristas eram obrigados a pagar.

“É o melhor filme sobre DPVAT já feito no Brasil”, diverte-se Furtado. A ideia partiu de uma pesquisa em que a dupla encontrou uma história real “ao mesmo tempo trágica e cômica de um rapaz que precisava vender uma moto em meio a uma confusão em torno de leis sobrepostas”.

Para o cineasta, os brasileiros vivem sob muitas leis ao mesmo tempo, como a escrita, a da política, da milícia, do tráfico e, por cima de todas essas, a da sobrevivência. “Lei a gente respeita quando pode e obedece quem precisa. Fomos trabalhando nisso e foi ficando cada vez mais cômico”, destaca.

Furtado estava com saudade de fazer uma comédia “para rir mesmo”, algo que não realizava desde “Saneamento Básico” (2007). “Mas não deixa de ser um riso inconsequente, que transforma um pouco a gente. Não é só rir para aliviar. É para pensar também”, analisa. 

O filme não tem um grande vilão, com todos os personagens tentando sobreviver ao sistema. “A vida não tem um vilão propriamente também. Todo mundo tem um lado meio vilão e meio mocinho na vida real. Há várias contravenções e quebras de lei, mas todas dentro de uma certa moral”, diz Furtado.

Mesmo que façam coisas ilegais, a gente torce por eles porque são moralmente justificáveis. A moral e a lei são dois universos que se tocam, mas não os mesmos. Estão todos fazendo o que podem para sobreviver”, observa o cineasta.

“São simplesmente regras criadas por pessoas. Guel e Jorge tentam quebrar isso, buscando humanizar, mostrando o brasileiro como o brasileiro se comporta”, assinala Katiuscia Canoro, integrante do elenco ao lado de Rafael Infante, Cauê Campos e Jéssica Barbosa.

Para Arraes, uma das motivações foi pegar um sub-gênero, o “favela movie”, criado a partir de “Cidade de Deus”, e fazer uma comédia. “Nesse sub-gênero, há uma certa vilanização da periferia, às vezes de forma quase involuntária. Para denunciar a violência, a periferia aparece como algo violento e triste”.

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