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Performance instiga funcionários do Inhotim a compartilharem experiências

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
Publicado em 07/12/2015 às 08:02.Atualizado em 17/11/2021 às 03:14.

José Urias Braga, 60 anos, é jardineiro do Inhotim há seis. Trabalha na quente estufa onde são cultivadas plantas de florestas tropicais. Na última sexta-feira, ele teve uma oportunidade singular: passar um pouquinho de seu conhecimento e de seu olhar sobre o lugar no qual atua para visitantes. José foi uma das 27 pessoas que participaram da performance “Que Lugar É Esse?”, experiência desenvolvida pela artista israelense Ofri Cnaani.

Depois de quatro dias de workshops realizados com a artista, funcionários de diferentes áreas de Inhotim (manutenção, limpeza, jardinagem e outras) se transformaram em guias por um dia. Cada um desenvolveu um pequeno roteiro pelo parque a partir de dez perguntas colocadas pela artista. Na sexta-feira passada, cada um saiu pelo parque com um visitante, apresentando seu olhar.

Realizada apenas na sexta-feira passada, a dinâmica funcionou assim: o funcionário apresentou, para um visitante, sete papéis, que foram sendo sorteados ao longo da performance. Cada papel continha uma pergunta (“onde você teve um momento feliz?”, “Onde você ouviu um comentário interessante de um visitante?” “De qual obra você não gosta?”). Papel sorteado em mãos, o funcionário levava o visitante até o lugar correspondente à sua resposta.
 

Ação
A reportagem do Hoje em Dia participou da performance. Foi a própria Ofri quem escolheu a auxiliar de serviços gerais Vera Lúcia Alves Costa, 53 anos, para nos levar por seu roteiro afetivo. Ao falar do momento feliz, ela conduziu a reportagem à cascata ao lado da Galeria Fonte e lembrou da visita que sua mãe, de 85 anos, fez ao parque. “Ela me disse: o Inhotim é tão bonito, não poderia faltar a beleza de uma cascata. Minha mãe estava muito encantada”, disse.

Um dos papéis dizia que Vera deveria descrever uma obra para o visitante, que estaria de olhos fechados. A escolhida fazia parte para da coleção “Do Objeto para o Mundo”. “Você está de frente para um vídeo em que um caminhão de bombeiros anda em círculo, enquanto dois homens jogam água no centro. Quanto mais água jogam, mais lama se forma e fica mais difícil para o caminhão andar”, falou Vera à repórter, então de olhos fechados, de frente para “Fonte 193”, obra da mineira Cinthia Marcelle.

“Fico pensando na tragédia em Mariana, sobre como a lama pode afetar a vida das pessoas, como nós mudamos o meio ambiente e sofremos com a lama que criamos”, analisou Vera, uma mulher criada em um sítio em Piedade Gerais e que sempre trabalhou como doméstica.

Entre uma obra e outra, ela falava sobre sua vida, especialmente sobre as filhas: Nayne, que começou a trabalhar no Inhotim aos 16 e hoje é estudante de Direito, e Neyla, monitora do parque, que estudou Meio Ambiente.

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