
Há 25 anos produzindo documentários sobre a Natureza para programas de TV, apresentados em cerca de 100 países, o mergulhador paulista Lawrence Wahba não faz o tipo que quer exibir sua coragem diante das câmeras, desafiando perigosos predadores, como tubarões brancos, ursos, leões e crocodilos.
“Ando na contramão disso. Minha principal marca é que nunca tive um acidente. Nunca me verão agarrando cobra e provocando tubarões. Meu trabalho é entrar em sintonia com a Natureza e ficar invisível, entre aspas”, salienta o mergulhador, que estará hoje em BH para palestra e lançamento de livro.
Wahba já filmou em todos os continentes e oceanos, encontrando tantas situações que não consegue escolher aquela que foi mais desafiante ou memorável. “Sou realmente um apaixonado pelo que faço. Nas minhas férias, fui com meus filhos para o Mato Grosso do Sul e não parei de filmar”, destaca.
Antes de chegar a BH ele passou por Caratinga, no Leste de Minas, para gravar imagens numa reserva de macacos muriqui, a maior desses primatas nas Américas. “Tenho vários projetos em andamento e, sempre que tenho oportunidade, faço imagens para o meu acervo”, explica. Acervo, aliás, que já conta com 70 terabytes.
Bastidores
Na escola de mergulho Mar a Mar, Wahba falará dos bastidores da realização de seu primeiro longa-metragem, “Todas as Manhãs do Mundo”, ainda inédito na capital mineira. Produzido pelos franceses de “A Marcha dos Pinguins”, o filme mistura realidade e fantasia, com Aílton Graça e Letícia Sabatella fazendo as vozes do Sol e da Lua.
Ele aproveitará também para autografar o livro “Dez Anos em Busca dos Grandes Tubarões” (Editora Nobel), publicado em 2006. Atualmente prepara um livro sobre onças. “Certamente sou a pessoa que mais filmou onças no mundo”, registra.