Projeto fotográfico busca resgatar 'astral' de Mariana

Thais Oliveira
taoliveira@hojeemdia.com.br
02/08/2016 às 18:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:07
 (Orlando Azevedo/Divulgação)

(Orlando Azevedo/Divulgação)

O projeto “Fotógrafos em Ouro Preto e Mariana” chega à 5ª edição com o propósito de promover uma reflexão sobre a fotografia como meio de percepção das transformações espaciais e de construção da memória social. A iniciativa dos fotógrafos Lucas de Godoy e Rodolfo Meirel contempla, pela primeira vez, a cidade de Mariana. Não por acaso. A inclusão é uma tentativa de resgatar o “astral” do município.

A histórica Mariana foi duramente impactada pelo rompimento da barragem de Fundão, que deixou 18 mortos em 5 de novembro de 2015, no maior desastre ambiental já registrado no país. 

“De maneira nenhuma achamos que é preciso esquecer o que aconteceu, mas uma das nossas propostas é que não tenha fotos da lama (resultante da tragédia). Queremos discutir a lama pelo verde, pensar na preservação daqui para frente”, pontua Godoy, idealizador e coordenador do projeto. 

Em Mariana, a ação é coordenada pelo jornalista Gustavo Nolasco. Até sábado, a cidade abrigará exposições, oficinas, debates, workshops, roteiros e exposições fotográficas.

Em Ouro Preto, houve um pré-lançamento no fim de julho, mas ainda há exposições em andamento, como a do fotógrafo português radicado em Curitiba Orlando Azevedo – que fica até 30 de agosto no Museu Casa dos Contos.

Artistas visuais de vários cantos do país e de fora, como da África do Sul, Austrália e Cabo Verde, também foram convidados.

Além da mineração
Cerca de 50 profissionais de projetos como Greenpeace, Nitro e Erro99, de BH, dentre outros, se comprometeram com a ação voluntariamente. 

“As atividades terão taxa simbólica de R$ 30 a R$ 50, apenas para arcar com os custos”, diz Godoy, ao afirmar que a ação não tem fins lucrativos.

Ao adotar o tema “Meio Ambiente, Território e Sociedade”, os idealizadores acreditam que o projeto é uma maneira de mostrar que a região pode ser sustentada pela arte e cultura e menos pela mineração – atividade essa que ainda dita o ritmo da economia local. 

“A preocupação é chamar a atenção para a natureza e olhar para Mariana numa tentativa de mostrar que é possível fazer coisas fantásticas por meio da cultura e da arte, tirando, assim, a dependência da mineração”, afirma Godoy. 

“Fotógrafos em Ouro Preto e Mariana”, de amanhã a sábado, em Mariana. Inscrições: fotografosemouropreto.com.br 

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