Restaurada, imagem de Sant’ana volta à capela localizada na Casa Fiat

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
25/07/2015 às 12:18.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:04
 (Carlos Henrique/Hoje em Dia)

(Carlos Henrique/Hoje em Dia)

As missas realizadas aos sábados na Capela de Santana, nos jardins da Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10) terão, a partir desse sábado (25), um motivo a mais para atrair fiéis. É que a celebração deste dia 25 não só faz alusão ao Dia de Santana como, após dois meses de restauro, o espaço recebe a imagem da Sant’Ana mestra ao altar. Marcada para as 11h, a missa será conduzida por Monsenhor Lázaro.

A escultura em madeira (84,6cm x 40 x 33,5 cm), entalhada e policromada, teria sido executada por um artista atuante na então capitania de Minas em meados do século 18. Por suas particularidades artísticas, como os drapeados das vestimentas, conclui-se que a imagem tem padrões empregados no período áureo do estilo barroco, na região do Campos das Vertentes.

Ideal perseguido

Responsável pelos trabalhos técnicos de restauração da obra, Rosângela Reis conta que o ideal perseguido desde o início foi permeado pela sutileza. Usando uma comparação de fácil assimilação ao público leigo, ela diz que seria como se uma mulher de 80 anos procurasse um cirurgião plástico com vistas a melhorias estéticas. “Evidentemente, o procedimento pode resultar em melhorias no aspecto visual, mas nunca conferir à pessoa a aparência de uma garota de 15 anos”.

Trocando em miúdos, era preciso minimizar os estragos do tempo e de intervenções não totalmente apropriadas, mas sem querer maquiar o fato de a imagem pertencer ao período citado – portanto, antiga.

Rosângela lembra que, nos anos 60 e 70, o barroco passou a ser execrado, e, por isso, algumas peças em poder de determinados antiquários passaram por intervenções que hoje soam absurdas, como a retirada da pintura colorida, típica do período, para dar primazia à madeira.

No caso da Sant’Ana – que, na verdade, é um conjunto escultórico, já que abarca a figura da filha –, as sutilezas enfatizadas por Rosângela estão, por exemplo, na retirada do brilho excessivo do verniz aplicado sobre a madeira e a diminuição de contrastes bruscos. Mas, lembra, jamais houve a pretensão de tentar reproduzir a pintura que se foi com as ações citadas no curso do tempo. “Isso está perdido, seria impossível”.

De acordo com o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, a ideia é que as gerações futuras tenham acesso à história.

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