Roteiro do Verão Arte Contemporânea aborda de política à questão racial

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 13/01/2020 às 08:30.Atualizado em 27/10/2021 às 02:16.
 (Allan Calisto / Divulgação)
(Allan Calisto / Divulgação)

A palavra censura não consta no dicionário dos organizadores do Verão Arte Contemporânea, festival que inicia, nesta quinta-feira, a 14ª edição, com 27 atividades de diferentes manifestações artísticas. Mesmo num período de intensa crítica a atividades culturais, por grupos conservadores, o conceito do VAC manteve-se inalterado, tratando de temas que envolvem política e questão de gênero.

“Desde que criamos o Verão, nossa história sempre foi pautada pela valorização das diferentes manifestações artísticas. Continuamos abertos a tudo o que acontece em Belo Horizonte, ao agora, com um olhar para o contemporâneo. O contemporâneo não como linguagem, mas como atualidade”, registra Ione Medeiros, diretora do Grupo Oficcina Multimedia, idealizador do VAC.

Ela é enfática: “A censura não para a gente de jeito nenhum”. Como frisa a coordenadora, o festival tem uma história que lhe dá respaldo junto a instituições, críticos e público. É nas parcerias que o VAC se apoia mesmo em momentos de forte retração de incentivos ao setor. Entre elas, o Centre National de La Danse (CND), da França, um dos responsáveis pelo projeto “Portrait”.

O projeto viabiliza o encontra do público com dois importantes coreógrafos franceses, Jéromê Bel e Maguy Marin, conhecidos pelo trabalho de pesquisa na dança a partir de filmes que registram as suas obras mais recentes. “É interessante promover essa conexão do cinema com o teatro, abrindo assim o nosso olhar”, salienta Ione. Bel e Marin liberaram os direitos autorais para exibição dos filmes no VAC.

As mulheres ganham destaque na apresentação musical “Yônica”, que reúne oito musicistas em torno da linguagem da improvisação. A questão racial desponta na peça “Dandara para Todas as Mulheres”, que discute machismo e resistência da mulher negra contemporânea. O momento político, por sua vez, transparece em atrações como os espetáculos “Eclipse Solar” e “E Ainda Assim se Levantar”.

SERVIÇO
Verão Arte Contemporânea – de quarta a 11 de fevereiro, em 16 espaços de BH. Programação completa no site veraoarte.com.br

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