“Vamos levar as crianças para a rua!”. O grito que se elevou de uma mulher presente na plateia de uma das apresentações do espetáculo “Rudá – Um Sonho Real” ratificou: a empreitada de Gustavo Lobo estava, sim, no caminho certo. A montagem – que chega esse fim de semana à capital mineira, para apresentações sábado e domingo, no Teatro Sesiminas – tira seu chapéu para antigas brincadeiras de infância, algumas das quais acabaram se tornando meio que um “bicho de sete cabeças” para as crianças dos tempos atuais.    O moço por trás da iniciativa lamenta o fato de a petizada – ou parte dela – estar deixando cada vez mais de lado o contato social, “que é importantíssimo na formação de qualquer ser humano”.   Mas nada que se configure um quadro que não possa ser revertido, ao menos em parte. Prova é que Gustavo tem se entusiasmado com a identificação aferida pelo público com a história mostrada no palco. “As crianças, então, têm um olhar curioso, direcionado, por exemplo, ao fato de levarmos, em cena, um pião. Para muitos, parece um brinquedo de Marte (risos), mas é um artefato que, na verdade, é antiguíssimo. Ou seja, como cantava Cazuza, é meio que um ‘museu de grandes novidades’.   Cirque du soleil   Nascido em Santos, Gustavo (hoje contabilizando 34 anos de vida) teve uma infância rica, na qual pôde desfrutar de várias brincadeiras de rua – chutando bola ou empinando pipas, para citar algumas.    Bem, cumpre dizer que o universo circense também povoou seus pensamentos nesta fase – tanto que decidiu entrar para a ginástica olímpica, encantado que ficava com o que via nos picadeiros.    O talento o levou inclusive a fazer parte da equipe brasileira, representando o país nas Olimpíadas de Moscou. Foi então que o olhar perspicaz do Cirque du Soleil resolveu focar o garoto, que, entre idas e vindas, ficou cerca de dez anos na celebrada companhia canadense. Agora à frente da Companhia Rudá, Gustavo dá prosseguimento ao seu ofício. 

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