Salgueiro homenageará Dona Lucinha e a gastronomia mineira em 2015

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
05/06/2014 às 09:49.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:53
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Maria Lúcia Clementino Nunes, conhecida como Dona Lucinha, é mais do que a cozinheira de mão cheia que criou um dos restaurantes mais prestigiados de Belo Horizonte. É uma mulher que criou 11 filhos e trabalhou como professora por 30 anos. Em sua cidade natal, o Serro, foi ainda catequista, salgadeira, doceira, feirante, quitandeira, diretora escolar e, até, vereadora.

Uma bela história que o mundo poderá conhecer melhor no Carnaval carioca do ano que vem. A escola de samba Acadêmicos do Salgueiro anunciou na manhã dessa quarta-feira (4) que Dona Lucinha, de 82 anos, e a gastronomia mineira serão os temas de seu desfile em 2015.

A base do enredo é o livro “História da Arte da Cozinha Mineira por Dona Lucinha”, desenvolvido pela própria culinarista ao lado de sua filha, a historiadora Márcia Clementino Nunes, na virada do século. As fotos são de Miguel Aun.

A obra, que explora sabores, aromas e histórias sobre a gastronomia apreciada no interior de Minas Gerais, encantou o casal de carnavalescos da escola, Renato e Márcia Lage. “Devorei o livro. Embora não tenha nascido em um ambiente de fazenda, dá para sentir, pela narrativa, todos os cheiros e gostos das comidas colocadas ali. Agora vamos colocar nessa panela um temperinho diferente, que é o samba. Gostei muito da ideia e estou confiante”, afirma Márcia Lage. 

Conhecida pela forma aguerrida com que conduz o Salgueiro há seis anos – já conquistou um campeonato e dois vices em sua gestão –, a presidente da escola, Regina Celi Fernandes, conta que ficou encantada com a história de Dona Lucinha. “Sou uma mãe de quatro filhos e tenho uma neta. O que me encantou nessa história foi o amor dado a 11 filhos. Chegando a Belo Horizonte, vimos que há também um intenso amor dos filhos à mãe”, diz. 

Essa não será a primeira vez que o Salgueiro canta a história de um mineiro na Marquês de Sapucaí. Nos anos 60, a escola conseguiu ótimos resultados ao homenagear Minas Gerais. Foi vice-campeã em 1961 com “Vida e Obra de Aleijadinho”, campeã em 1963 com “Xica da Silva”, vice-campeã em 1964 com “Chico Rei”, e ficou em terceiro lugar em 1968 com “Dona Beja, a Feiticeira de Araxá”. 

Sem dinheiro público

A ideia de mostrar a história de Dona Lucinha para escolas de samba cariocas partiu do deputado estadual Fred Costa (PEN).

A primeira escola procurada foi justamente o Salgueiro, que bateu o martelo após um ano de conversas. Mas o deputado faz questão de frisar que o Governo de Minas não tem a intenção de colocar dinheiro público no desfile do Salgueiro – que no ano passado teve custo total de R$ 13 milhões. “O Estado tem que dar o aporte do ponto de vista histórico para os carnavalescos”, afirma.

Mesmo que empresas públicas mineiras não possam participar como patrocinadores, a oportunidade fica aberta para empresas privadas – especialmente porque o Salgueiro possui projetos aprovados pela Lei Rouanet. 

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