
Autógrafos, fotos, beijos, apertos de mão, alegria, alegria e alegria. Não tem outro jeito. Onde Elke Maravilha está, ela é do povo. “E graças a Deus! Não tem problema. Eu adoro gente. Se não gostasse de gente, eu ia trabalhar com trator, com máquina”, diz ela ao Hoje em Dia, nesta quinta-feira (17), após almoçar em um restaurante no bairro Santa Efigênia. Ela está na capital para comemorar os 70 anos de vida por meio da peça “Elke Canta e Conta”. A apresentação é única, hoje, no Teatro SESC Palladium.
No espetáculo, a artista russa, criada em Minas e radicada em São Paulo, mostra a colcha de retalhos cultural que carrega. “Começamos com Paulinho da Viola. Vamos com Bob Dylan, em alemão. Vamos com Antonio Nóbrega. Vamos com a Grécia antiga”, enumera Elke Georgievna Grunnupp, sobre conteúdo que pegou emprestado dos mais “famosos” para a interpretação pessoal.
Na parte mais popular do show/peça/talkshow, a mutiartista traz as “as coisas de Minas Gerais”. “Vamos com música de lavadeira, música da roça. Vamos com música de reza americana, música argentina e sempre contando histórias”, diz, apresentando uma grandiosa cabeleira loira meio rastafári.
Frequentadora assídua da capital mineira, onde viveu após deixar Itabira, ela lembra do passado: “Estudei no Colégio Estadual (“Estadual Central”, no bairro de Lourdes) e dava aula de inglês, francês e alemão, particular, no Yázigi e na Aliança Francesa”, lembra.
Quem conhece, não esquece
E nesta vida movimentada, não é difícil achar gente da cidade que jure de pé junto que tenha vivido alguma passagem ao lado da artista – mas na época dela de "anônima". “Ah, meu amor, já me botaram em cada situação que eu choro de rir. Tem tanto homem que diz que já foi meu marido. Meu Deus! É engraçadíssimo”.
E para estes aventureiros que ainda estejam querendo pegar carona na longa lista de ex-maridos de Elke, vai o aviso: “Eu sei o nome de meus (ex) maridos todos!”. E arremata: "Todos os sete casamentos meus foram todos ótimos. Tive sorte no amor”.
Os verbos das duas últimas frases acima estão devidamente no passado e isso tem um motivo. Afinal, com os 70, ou seja, com a maturidade, algumas coisinhas mudaram no ser maravilhosamente complexo desta artista. “Eu, agora, não tenho mais tesão de periquita, 'tô' livre dos hormônios. Foi muito bom trepar. Mas, agora está sendo muito bom não trepar também”, explica, sem pudor.
Bem-vindos
Na apresentação de hoje, Elke se posiciona em um cenário que remete ao ambiente da casa dela. E a ideia funciona na prática. Em um momento, a artista convida alguns da plateia para ficar no palco – como se ela realmente estivesse recebendo visitas em casa. Aí, é alegria pura. Aquele mesmo estado de espírito que também mostrou diante dos fãs no restaurante em Santa Efigênia.
Assim é Elke, com as portas do coração sempre abertas para esta múltipla escola que é a vida. Por isso, mesmo com a idade que alcançou, ela faz questão de admitir: “Estou sempre aprendendo”.
SERVIÇO
Espetáculo “Elke Canta e Conta”, nesta quinta-feira (17), às 20h30, no Teatro SESC Palladium (rua Rio de Janeiro, 1046, Centro). Ingressos a partir de R$ 30 (inteira), mais taxas. Vendas pelo www.ingresso.com ou no televendas 4003-2330.
RASTAFÁRI RUSSA - Entre uma água tônica, um sorriso e um aperto de mão