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Sylvio Coutinho homenageia Belo Horizonte em mostra na Casa Fiat de Cultura

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
02/06/2017 às 17:58.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:18

(Sylvio Coutinho/Divulgação)

Quem diria que um acidente e consequentes dois anos sem andar trariam ainda mais movimento ao olhar do fotógrafo Sylvio Coutinho. Após uma orientação médica, o artista subiu em sua bicicleta e foi desbravar Belo Horizonte. Na trajetória, muitas descobertas. A mais importante delas: a cidade era dele. Assim como pode ser de todos nós. Levantando essa bandeira, Sylvio mostra a capital mineira em uma exposição na Casa Fiat de Cultura e lança o livro “BH 120”, uma homenagem aos 120 anos da capital mineira.

A bordo de sua bicicleta, Sylvio conta que deixou de ver Belo Horizonte apenas como uma cidade fotografável, passando também a senti-la e vivê-la. É esse o espírito que ele busca trazer com seu novo projeto, composto por fotografias, gravuras, vídeos e réplicas de monumentos importantes da capital.

“95% as fotografias foram produzidas tendo a bicicleta como transporte”, conta Sylvio, que ressalta: “Ela é rápida o suficiente para ver a cidade por vários ângulos e lenta o bastante para enxergar seus detalhes”.

As características da capital não ficaram mesmo para trás. Sylvio conta ter percorrido Belo Horizonte por meses para construir sua obra. “Fiquei de fevereiro a setembro levantando às 5h da manhã e passando por vários pontos de BH”, lembra.

Pelas lentes de Sylvio e sob as rodas de sua bicicleta, Belo Horizonte foi retratada tal qual é. Seus belos monumentos dividem espaço com ambientes negligenciados. “Fotografei a cidade verdadeira. A obra tem os lugares que acho mais bonitos na cidade, mas também os mais feios. Sem maquiagem”, pontua o artista.

Levantando bandeiras

Apesar de ter finalizado o livro “BH 120” em dezembro do ano passado, quando a capital comemorou seus 119 anos, Sylvio decidiu adiar o lançamento. “Eu segurei o livro, porque para mim é importante esse lugar (a exposição na Casa Fiat de Cultura) para dar um recado para cidade”, revela o artista, que vê a apresentação de suas obras como uma oportunidade para promover diálogos sobre a capital, para pensá-la.

“Eu quero uma cidade bonita, legal. O que eu puder fazer por Belo Horizonte, farei”, afirma.
Além de ser um convite para a ocupação dos espaços, o artista também deixa evidente em seu discurso a preocupação com o futuro.

Em uma de suas obras, ele produz aquilo que considera ser sua cidade ideal. Projetando seus anseios para a capital, o artista cria uma Belo Horizonte sem carros ou caminhões.

No vídeo, gravado a partir de uma maquete reduzida da cidade, o fotógrafo ocupa Belo Horizonte com bicicletas, velocípedes e outras variadas formas de transportes alternativos.

“Estou com um netinho de 8 meses. Tenho um compromisso com ele, com seu futuro. O que eu puder fazer por ele, até que ele chegue à universidade, farei”, afirma.

Cenários são representados em diferentes formas e formatos

A pluralidade dos cenários belo-horizontinos ganha corpo em uma variedade de formas e formatos pelas mãos de Sylvio Coutinho.
Os monumentos turísticos da cidade surgem produzidos em réplicas em 3D. A Igrejinha da Pampulha, o Mineirão, o Pirulito da Praça Sete, o Viaduto Santa Tereza e o Edifício Niemeyer tornam-se visíveis para todos.

Acompanhados de áudios descritivos – em textos do arquiteto João Diniz narrados por Sylvio Coutinho e com trilha sonora do violonista Gilvan de Oliveira – os símbolos da capital ganham uma nova forma de representação.

“Estou super feliz por apresentar isso”, afirma Sylvio, que lembra ter se emocionado com os primeiros testes. “Enquanto os cegos escutam a descrição, eles vão tateando e sentindo o monumento. Uma amiga minha testou e funcionou. Ela me disse que conseguiu ‘ver’. Foi impossível não me emocionar. Acho que vou ter essa mesma emoção quando a exposição abrir”.

Homenagem ao Grafite

Sylvio ressalta a importância dada aos grafiteiros em sua obra. “Fiz uma homenagem a eles. Às vezes, eles são tratados como bandidos, mas a meu ver são grandes talentos que fazem coisas boas para nossa cidade. Assim como arquitetos fazem grandes obras, eles transformam ambientes abandonados”, avalia.

Serviço: Exposição Sylvio Coutinho mostra Belo Horizonte na Casa Fiat de Cultura(Praça da Liberdade, 10, Funcionários). Visitas de 6 de junho a 30 de julho, de terça a sexta-feira, das 10 às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 18h.Entrada franca

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

(Sylvio Coutinho)

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