MÚSICA

Toquinho celebra amizade de 50 anos com Ivan Lins em show no Palácio das Artes

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
09/03/2022 às 15:10.
Atualizado em 10/03/2022 às 09:58
Toquinho e Ivan Lins trazem um repertório de hits como "Tarde em Itapoan" e "Madalane" (Divulgação)

Toquinho e Ivan Lins trazem um repertório de hits como "Tarde em Itapoan" e "Madalane" (Divulgação)

Toquinho e Ivan Lins viraram amigos após vários encontros nos bastidores da cena musical brasileira e ao participarem de jogos de futebol entre artistas, muito comuns na década de 1980. Com cinco décadas de convivência, a dupla resolveu que já estava na hora de pisarem no mesmo palco e dividirem um mesmo show. O resultado confirmou as expectativas: casas sempre lotadas, como aconteceu na apresentação de 2019, no Grande Teatro do Palácio das Artes, que novamente receberá os artistas, nesta quinta-feira (10). Não faltarão muita história, bom humor e sucessos, característicos de uma geração "que carrega em sua trajetória musical, ao longo do tempo, toda beleza da estrutura melódica da Bossa Nova".

Apesar de se conhecerem há mais de 50 anos, essa parceria com Ivan Lins só agora se tornou possível. Há alguma motivação para que esse encontro acontecesse?

Não se deve exatamente a uma comemoração específica, e sim a uma coincidência de interesses artísticos. Os longos anos de carreira é uma marca que contribui para isso. Percebemos que poderíamos nos juntar no palco pela sincronia musical que nos caracteriza. E resultou num show cuja dinâmica melódica se completa pelo bom humor alicerçado na longa amizade que nos une.  Atuando juntos ou separados, o show flui numa constante parceria. Além da amizade, pertencemos a uma geração privilegiada, que carrega em sua trajetória musical, ao longo do tempo, toda beleza da estrutura melódica da Bossa Nova. Soubemos manter essa qualidade através das várias gerações e das muitas tendências musicais, conservando as características essenciais da Bossa Nova em nossa obra, fazendo com que ela se perpetue no tempo e no espaço musical sem perder seu valor inconfundível e vitalício, inclusive no cenário internacional. 

Hoje o mercado está mais receptivo a esses encontros de artistas de sucesso. Como eles devem ser formatados para que se tornem uma experiência interessante para artista e espectador?

A formatação tem de respeitar principalmente a espontaneidade e as características de cada um, sem invenções mirabolantes. O público nos conhece e sabe de nossas canções. A quantidade de sucessos até facilita, pois sabemos que, tudo o que formos cantar, teremos o público nos acompanhando e vibrando com canções que de alguma forma já tocaram seus corações. Impossível deixar de fora “Tarde em Itapoan”, “Que maravilha”, “Regra três”, “Aquarela”, “O caderno”, “Samba de orly”,  “Madalena”, “Lembra de mim”,  “Abre alas”, “Somos todos iguais essa noite”, “Começar de novo”,  “Novo tempo”, “Bandeira do divino” e outras tantas. Além de solos de violão, um piano que dialoga com o público e alguns casos pitorescos que gostamos de relatar e que o público gosta de ouvir. 
 
Qual é a dinâmica do show: vocês se apresentam separadamente e depois tocam juntos? Quais músicas reservaram para esse momento? 

Cada um faz sua parte, com a própria banda. Depois fazemos juntos, cantando canções em homenagem a alguns ícones da música brasileira que têm forte influência em nossas carreiras. Na minha apresentação terei ao meu lado, em algumas canções, Camilla Faustino, com quem divido o palco há algum tempo.

Em seus shows solos, você gosta de conversar com a plateia, contando alguns casos. Veremos esse lado também nesse encontro?

É minha característica contar casos interessantes que o público gosta de ouvir. Como a vida é dinâmica, eles também se renovam, atualizando o público sobre detalhes de minha carreira. Acontece que o Ivan também gosta de contar seus casos, alguns, aliás, muito divertidos. Então, não somente com o violão e o piano o público se divertirá.

 
Quais fases ou músicas de Ivan Lins mais lhe chamam a atenção?

Ivan Lins é um dos grandes músicos brasileiros, com sucessos no mundo inteiro e um exímio pianista. Sinto-me honrado em trabalhar com ele. Ele tem composições brilhantes em várias fases. É difícil salientar uma em detrimento das demais. Todas estarão bem representadas nesse show.

Como Vinícius de Morais fez no início de sua carreira, você também se aproxima das novas gerações?

Novas gerações estimulam uma renovação constante. A arte exige isso, principalmente a música. Desde meu início com Vinícius observamos essa necessidade e mantivemos em nossos shows e gravações cantoras excelentes em início de carreira. E eu mantive esse procedimento, lançando e consolidando valores de talento da nossa música, como Camilla Fautino, que me acompanha e abrilhanta meus shows com graça e talento.

 Desse encontro com Ivan Lins sairá um DVD? Por falar em gravação, você está em estúdio agora. O que vem por aí?

Não foi cogitado ainda, mas tudo é possível. (Sobre o novo disco) Ainda é segredo, mas já em produção. Para honrar os novos valores, eu diria que será a renovação do tradicional.

Serviço

Toquinho e Ivan Lins Juntos - Nestra quinta, às 21h, no Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1537). Ingressos: Plateia I -  R$ 280 (R$ 140, a meia). Plateia II - R$ 250 (R$ 125, a meia). Plateia Superior - R$ 220 (R$ 110, a meia)

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