O que remete a expressão “presente de vó”? Fátima Jorge, do grupo Ponto de Partida, tem a resposta na ponta da língua: “afago, afeto, sensibilidade, colo... e histórias fantásticas”, enumera ela, que, ao lado de seus companheiros de jornada, além dos Meninos de Araçuaí, chega a BH para duas apresentações do espetáculo que, batizado assim, propõe uma recuperação das “lembranças, do que a gente quer passar às novas gerações e às futuras”. “Quem somos nós sem as nossas raízes?”, questiona Fátima.

O epicentro da trama é a oficina fantástica do senhor Cambeva, um “restaurador de sonhos”. Com ele, prossegue Fátima, mora Deolinda, sua neta, “doida para saber o que o avô está preparando para seu aniversário”.

Personagens

Outros personagens dão a sua contribuição ao desenvolvimento da trama. Caso de Temporina, senhorinha que começa a “ficar” em P&B. E, ainda, as Sonhambulantes, Zalém e Calunga, nativas do Parasempre, que têm o dom de sonhar. E Maria Metade e seus Meninos Encantados, que são – e sempre serão – crianças.

Fátima lembra que a peça, que estreou ano passado, no bojo das comemorações dos 15 anos de parceria entre o Ponto de Partida e os Meninos de Araçuaí, já passou por BH, mas em única apresentação. E também pelo Rio, Curitiba e Porto Alegre

“A reação das pessoas tem sido maravilhosa. A Fernanda Montenegro, que assistiu à montagem no Rio, gravou um depoimento que nos deixou muito emocionados. Ela fala que, ante um espetáculo como esse, se vê que o ser humano vale a pena... É muito forte ouvir essas palavras de uma pessoa com tantos anos de carreira. Fazer cultura, principalmente estando no interior, não é fácil, mas, com reações assim, a gente sente que sim, vale a pena lutar”.

“Presente de Vô” – Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2.244). Nesta sexta-feira (31) e sábado, às 20h. Entrada: R$30 e R$ 15 (meia)