Violonista Yamandu Costa reverencia choro em novo trabalho

Pedro Artur - Hoje em Dia
02/03/2015 às 09:39.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:11
 (Isabela Kassow/divulgação)

(Isabela Kassow/divulgação)

Um tributo à amizade e, principalmente, à boa música. Em “Tocata à Amizade” (pelo selo Biscoito Fino), o violonista Yamandu Costa reverencia o próprio ato de tocar, como se fosse uma reunião entre amigos. “É uma coisa tradicional no Brasil. Me criei dentro desse ambiente da música informal, da roda de choro”, ressalta.

O disco surgiu, segundo Yamandu, de uma encomenda da direção do Auditório do Museu do Louvre, em Paris, que queria uma composição sobre o Brasil.

“Fiz uma peça em quatro movimentos, a suíte ‘Impressões Brasileiras’, para tocar na França em 2010. Então me deu vontade de gravar esse CD, colocando também um repertório que tivesse a ver com essa linguagem”, explica o violonista.

Yamandu conta que ainda não tem planos de viajar pelo país com um show baseado no repertório, que tem outras preciosidades da música brasileira, como “Pedra do Leme”, de Raphael Rabello e Toquinho, e “Suíte Retratos”, de Radamés Gnattali, uma homenagem aos mestres Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga.

Questionado sobre as escolhas feitas, Yamandu Costa não economiza elogios. Começa ressaltando que Raphael Rabello (1962-1995) é considerado um dos maiores violonistas brasileiros de todos os tempos.

ENCONTROS

“É uma referência enorme que temos. Gravamos essa música dele quando o Raphael namorava a música latina, a flamenca. É o choro com a cara mais latina e que se encaixa perfeitamente no meu estilo de tocar”, explica.

A obra de Radamés Gnattali também é exaltada. “É uma música incrivelmente bem feita, consistente. Foi feita para formação com bandolim e orquestra, mas nós fizemos uma adaptação para quarteto”, destaca o músico, acrescentando que considera essa obra a mais bem escrita pelo mestre.

Em “Tocata à Amizade” Yamandu Costa (com violão de sete cordas de nylon) está acompanhado de outros virtuoses: Rogerio Caetano (violão sete cordas de aço), Luís Barcelos (bandolim de dez cordas e arranjos da suíte “Impressões Brasileiras) e Bebê Kamer (acordeom).

“A música aproxima as pessoas. Então existe essa relação de carinho nesses encontros musicais. E os convidados são donos de carreiras brilhantes”, enfatiza o violonista.
Vale registrar que o bem-conceituado artista Elifas Andreato assina a arte da capa do álbum.

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