Vladimir Brichta protagoniza comédia com toques futuristas

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
30/09/2016 às 18:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:03
 (Downtown Filmes / Divulgação)

(Downtown Filmes / Divulgação)

Não existem clones andando por aí. “No máximo, ovelhas e ratos”, completa Vladimir Brichta, ao explicar a composição de seu personagem em “Um Homem Só”, em cartaz nos cinemas. Aliás, dos personagens, já que ele faz um funcionário entediado, com problemas no casamento, que resolve pôr um clone em seu lugar.

“Tive uma liberdade grande para criar, mas parti de um pressuposto diferente: eles são iguais. O que muda são as escolhas”, explica o ator, que evitou a todo custo “cair na tentação” de torná-los completamente opostos, como é comum em filmes do gênero. “Não seria coerente. Afinal, o clone é uma projeção individual do outro”, registra.

Ele salienta que o máximo que acontece é o original ser mais egoísta, por achar que o clone lhe pertence. “Não é o caso de fazê-lo um vilão, pois o outro é uma projeção, do querer ser mais corajoso e se apaixonar”, analisa Brichta, que teve o mesmo entusiasmo ao fazer um duplo no que diz respeito a parte técnica.

O elenco de “Um Homem Só”, primeiro longa de Cláudia Jouvin, conta com uma Mariana Ximenes ruiva e sardenta, além de participações de Ingrid Guimarães, Otávio Müller e Milhem Cortaz

Cartesiano
“É outro desafio, não tão interessante de fazer, não. Exige um outro tipo de domínio, em que você precisa ter uma marcação super precisa, contracenando com o nada ou com um dublê. Um pensamento bem cartesiano”, diferencia o ator nascido na mineira Diamantina, mas criado na Bahia.

Brichta concorda que é raro, dentro da cinematografia nacional, um filme que trabalhe a fantasia. “O que tem sido feito mais é uma comédia no estilo chanchada, mais escrachada. Mas são vários os tipos de comédia e é interessante visitar outras possibilidades. Nos Estados Unidos, tem espaço para Jerry Lewis, Al Pacino, Jim Carrey e Ben Stiller”.

Apesar de desenvolver um tom de ficção científica, presente em vários longas americanos, a solução de “Um Homem Só” é original, nada previsível. “A diretora Cláudia Jouvin foi muito corajosa e criativa, não fazendo concessão. Os produtores associados perguntaram se não iria ficar pesado, mas ela disse saber o que queria”.

Sobre se há um olhar feminino, principalmente na maneira de mostrar os relacionamentos, Brichta, que já foi dirigido por duas mulheres, diz não ter se dado conta disso. “Tem muitas cineastas produzindo e o que percebo é uma condução mais delicada. Mas não consigo detectar algo mais específico. Confesso que não reparei”.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por