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entrevista

‘O futebol de base precisa de informação de qualidade’, diz Diego Vieira

CEO da E-Scout fala sobre o desenvolvimento de jovens atletas em Minas e o uso de ferramentas para avaliar e desenvolver talentos

Angel Drumond
angel.lima@hojeemdia.com.br
Publicado em 08/09/2025 às 07:30.

Diego Vieira, natural de Belo Horizonte, é fundador e CEO da E-Scout e da Outlier, empresas voltadas para o desenvolvimento de jogadores de futebol. A E-Scout é uma plataforma especializada em scouting de futebol de base, com um banco de dados que já mapeou mais de 6.500 atletas e pretende monitorar mais de 30 campeonatos até o final de 2025. A plataforma avalia desde a performance técnica e tática até atributos físicos e comportamentais, oferecendo informações detalhadas que auxiliam clubes a identificar e desenvolver talentos.

A trajetória de Diego no futebol começou nos Estados Unidos, onde atuou como jogador e auxiliar técnico universitário, passando depois por experiências em clubes profissionais e na NFL. Após o mestrado em alto rendimento em Barcelona, ele identificou lacunas na formação de atletas de base e fundou suas empresas para suprir essa necessidade. Hoje, a Outlier atende 85 jogadores e diversos clubes, incluindo nomes que chegaram à Seleção Brasileira e à Premier League.

Sendo belo-horizontino, Diego acompanhou desde jovem o futebol mineiro, com acesso a clubes tradicionais como Cruzeiro, Atlético e América, além de equipes menores como Coimbra e Inter de Minas. Essa vivência contribuiu para sua compreensão do potencial da formação de base em Minas Gerais, e também para a percepção de que o mercado brasileiro precisava de ferramentas mais precisas para avaliar e desenvolver jovens atletas.

Na entrevista ao jornal Hoje em Dia, Diego detalha como a E-Scout auxilia clubes e jogadores a potencializarem seu desempenho, quais métricas são analisadas e de que forma a tecnologia pode reduzir a distância entre clubes de maior e menor investimento, além de contar sobre sua trajetória, a criação da plataforma e os resultados que têm sido alcançados no futebol de base em Minas Gerais e no Brasil.

Como surgiu a ideia de criar a E-Scout e de que forma vocês identificaram essa oportunidade no mercado do futebol?

A ideia nasceu a partir da Outlier FC, nossa primeira empresa, voltada para prestar consultoria tática individualizada a jogadores. Com o tempo, percebemos que a identificação de talentos nas categorias de base no Brasil ainda era um desafio, devido à dificuldade de acesso às informações. Então, pensamos em criar uma plataforma que aproximasse atletas de diferentes regiões aos clubes, gerando oportunidades de negócios e desenvolvimento. Assim nasceu a E-Scout, para preencher essa lacuna e fomentar a evolução do futebol de base no país.

Você pode contar um pouco da sua trajetória profissional até aqui? Houve alguma passagem ou experiência marcante em clubes mineiros?

Minha trajetória começou nos Estados Unidos, atuando como auxiliar técnico universitário e em equipes profissionais como o Memphis 901 FC. Trabalhei também no Pittsburgh Steelers, da NFL, em operações de clube. Essas experiências me deram uma visão do profissionalismo aplicado no esporte. Posteriormente, fiz mestrado em Barcelona focado em alto rendimento no futebol. Apesar de não ter atuado diretamente em clubes mineiros, mantenho proximidade com eles, atendendo atletas e firmando parcerias, o que me permite contribuir para o desenvolvimento do futebol em Minas Gerais.

Por estar em Minas Gerais, como essa vivência contribuiu para a sua visão sobre o futebol de base no estado?

Estar em Belo Horizonte me deu acesso a clubes de elite, como Cruzeiro, Atlético e América, além de equipes menores com excelente trabalho de base, como Coimbra e Inter de Minas. Pratiquei futsal no Minas Tênis Clube e jogava contra diversas equipes, o que me deu contato direto com o cenário local desde cedo. Essa vivência ajudou a entender o potencial de desenvolvimento dos atletas e a necessidade de soluções que elevem o nível do futebol de base em Minas e no Brasil.

Na sua opinião, como tem sido a evolução do futebol de base no Brasil nos últimos anos?

Houve um avanço significativo, com profissionais mais qualificados e fundamentados em ciência, além de melhorias na documentação e inteligência das práticas adotadas. Hoje, o desenvolvimento do atleta é mais completo, abrangendo múltiplas dimensões, e não apenas o ato de jogar futebol. Ainda há espaço para melhorias, mas é notável o progresso em relação ao passado.

E especificamente em Minas Gerais, os clubes têm acompanhado essa evolução?

Sim, os clubes mineiros estão acompanhando e contribuindo para a evolução do futebol de base no país. Investem em ciência aplicada, capacitação de profissionais e no desenvolvimento integral dos atletas. Diversos casos de sucesso mostram que Minas Gerais não apenas forma jogadores competitivos, mas também gera resultados financeiros para os clubes.

Como ferramentas como a E-Scout auxiliam no desenvolvimento dos jovens atletas em comparação com os métodos utilizados no passado?

Plataformas como a E-Scout fornecem informações qualificadas que ajudam clubes e jogadores a tomar decisões estratégicas. Em um contexto de alta concorrência, esses dados se tornam vantagens competitivas, permitindo que o desenvolvimento técnico, tático e físico dos atletas seja monitorado de forma mais precisa e profissional.

Que tipo de informações e análises essas soluções oferecem para potencializar o rendimento dos jogadores?

A E-Scout gera dados qualitativos sobre o desempenho dos atletas, detalhando seus pontos fortes e áreas a desenvolver. Analisamos atributos técnicos, físicos, táticos e comportamentais, oferecendo aos clubes uma visão completa do atleta. Essas informações ajudam a orientar decisões estratégicas, tanto na formação quanto em negociações de mercado.

O uso da tecnologia e da análise de dados pode reduzir a distância entre clubes de maior e menor investimento?

Sim. Plataformas como a E-Scout são acessíveis a qualquer clube, independentemente do porte, e oferecem informações que podem equalizar o processo de captação e desenvolvimento de atletas. No entanto, o diferencial ainda está na capacidade de interpretar esses dados e aplicá-los estrategicamente, o que faz a diferença no resultado final.

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