Mineira de BH, a gestora cultural e social, educadora e atriz Priscila Dagostini é gerente do Sesc Palladium (Valéria Marques/ Hoje em Dia)
Belo Horizonte é fonte de uma rica produção artística e cultural. A cidade agrada os amantes do teatro, dos shows, das artes plásticas, da dança, da literatura, entre outros. Seus atrativos culturais estão espalhados por todo lado e alternativas não faltarão. Porém, um dos locais onde se pode encontrar tudo isso junto, e um pouco mais, é o Sesc Palladium.
Localizado em um ponto histórico no Centro de Belo Horizonte, onde funcionou o antigo Cine Palladium, o equipamento cultural foi recuperado e reinaugurado em agosto de 2011, e hoje possui uma vasta lista de atrações culturais, projetadas para atender a todo tipo de público.
Uma das responsáveis por todo o sucesso, a gestora cultural e social, educadora e atriz Priscila Dagostini, mineira de BH e gerente do Sesc Palladium, falou, em entrevista ao Hoje em Dia, sobre o momento inovador que passa o local e principalmente sobre as atrações e a diversidade do público atendido.
O Sesc Palladium foi inaugurado em 2011. De lá pra cá, passamos por muitas situações, como a pandemia e uma transformação cultural. O que o Palladium mudou para se adequar aos diversos estilos de público?
O Sesc Palladium deu continuidade ao legado do antigo cinema e se tornou uma referência para a cultura, inovação, educação e criatividade em Minas Gerais. Penso que, no decorrer dos anos, buscou-se uma programação diversificada e acessível para todos os públicos e estamos em um momento muito especial, de expansão de nossa programação nos diversos espaços, além das atividades formativas e dos projetos do Programa Educativo, junto às escolas. A pandemia nos gerou vários desafios, dentre eles, o de manter uma programação cultural em outras plataformas e, ao mesmo tempo, buscar aproximação com o público, em um momento de tanta necessidade de afeto. Destaco, nesse período, o Palladium Projeta, lançado em 2020, que proporcionou um diálogo visual, afetivo e urbano ao projetar frases, fotos e vídeos enviados pelo público nas paredes dos edifícios vizinhos, no Centro de Belo Horizonte. Com o fim da pandemia, essa iniciativa de aproximação com o entorno foi ampliada. Visando promover o bem-estar dos trabalhadores do Centro de BH com atividades culturais, informativas e de relaxamento durante o horário de almoço, lançamos recentemente o projeto Respira: pausa; descanso; cultura – um projeto que integra apresentações artísticas, atividades de lazer e disponibilização de espaços para descanso às quintas e sextas-feiras. O Sessão Dez4Meia, conta com residentes, em sua maioria, ligados à economia criativa, que vivenciam o espaço exercendo suas atividades, se conectando entre eles e conosco, o que tem gerado algumas propostas e ações conjuntas. Uma outra novidade pós pandemia foi o Sesc Geek, um projeto multidisciplinar que tem a proposta de criar conexões com o público por meio da oferta de práticas de lazer inovadoras, relacionadas à temática Geek, que envolve games, filmes, séries, animes, histórias em quadrinhos, tecnologia, ficção científica e fantasia. Busca-se uma aproximação com o público jovem, além do estímulo para frequentarem espaços culturais.
Além das várias atrações, o Sesc Palladium tem espaço para aprendizagem. Fale um pouco sobre os cursos oferecidos a partir do segundo semestre.
A proposta é que o Sesc Palladium também se torne uma referência para as atividades de formação continuada. Hoje conta com a Orquestra de Câmara Sesc e com o Coral Jovem, além do Núcleo de Formação em Dança (que acontece no Sesc Cenário, unidade integrada ao Sesc Palladium). Para o segundo semestre, serão lançados o Núcleo de Formação Audiovisual e o Núcleo de Formação em Teatro, que terão a duração de dois anos e estão com as inscrições abertas. Importante ressaltar que todas as formações continuadas são gratuitas e o Sesc ainda dá o benefício de vale transporte e alimentação aos participantes, prioritariamente de família de até 3 salários-mínimos de renda. Além disso, contamos com cursos livres de teatro (para crianças e jovens), artes visuais (para jovens e adultos) e dança (para o público +50) e os trabalhadores do comércio com Cartão Sesc possuem descontos especiais.
O espaço tem capacidade para 1150 pessoas. Como a gestora define uma atração que atenda justamente esse número de pessoas, tendo em vista as diversas atrações nacionais e internacionais que tivemos e teremos para os próximos anos?
O Sesc Palladium conta, além do Grande Teatro, com 8 andares e mais de 10 espaços (sala de cinema, grande teatro, teatro de bolso, foyers, coworking, mezanino, estúdio audiovisual, espaço multiuso, espaço jardim), incluindo espetáculos teatrais, shows, performances, intervenções de artes visuais, exibição de filmes, atividades formativas e de arte-educação. Dessa maneira, costumo dizer que aqui as atividades pulsam, nunca há rotina! Para viabilizar toda essa programação diária composta por apresentações de diversas linguagens, além das atividades formativas, contamos com uma competente equipe de programadores produtores, de produção técnica, administrativa, de manutenção e para as formações continuadas, coordenada por profissionais renomados. Prezando pela diversidade de programação para o nosso público, buscamos, juntamente com os produtores, viabilizar as atrações. E isso exige todo um trabalho de gestão, considerando tanto o perfil de público para cada atração, como estratégias para viabilizarmos as apresentações diversas com qualidade, pensando em perspectivas e bons resultados para a cadeia produtiva da cultura em geral. Para um teatro com essa capacidade é possível recebermos atividades em todas as linguagens, da música à literatura, do teatro ao circo.
O local também já foi um dos melhores cinemas da capital mineira. Como está a programação audiovisual do local e qual o público atingido?
Estamos ampliando nossa programação e iremos viabilizar, além do Cine Sesc, que é um dos maiores circuitos de exibição de filmes do país, mostras nacionais e internacionais a preços populares. Além disso, intensificamos as edições do projeto Zoom! que são exibições gratuitas de cinema voltadas para escolas e instituições. Por fim, iremos melhorar a estrutura da sala de cinema com novos equipamentos. Para agosto, traremos uma mostra especial em homenagem ao diretor norte-americano Quentin Tarantino com todos os filmes dirigidos por ele até então. É um momento importante da carreira dele, que anunciou sua aposentadoria após concluir o seu último filme que está em fase inicial de produção. Sendo assim, optamos por recuperar sua trajetória e oferecer ao público um passeio por toda sua obra, enquanto aguardamos novidades sobre esse último, e aguardado, filme.
Entre as várias atrações, vimos que o palco principal está preparado para grandes peças teatrais e espetáculos de dança. Conte um pouco sobre os atributos do local.
Recebemos, no Grande Teatro, apresentações de teatro, dança, música, além de eventos em geral e atividades formativas. O espaço tem uma história e identidade muito especiais. Era o antigo Cine Palladium, inaugurado em 1963. Em 2011, após ter sido adquirido pelo Sesc em Minas, foi inaugurado como um centro cultural, ampliando as estruturas. Um dos grandes diferenciais do Grande Teatro é o de oferecer um bom conjunto de equipamentos de som e luz, o que reduz muito os custos de produção dos shows e espetáculos aqui, já que poucos equipamentos precisam ser locados externamente. Além disso, possui uma equipe qualificada de técnicos, supervisores de palco, camareiras e auxiliares de espetáculo.
Além de cinema, shows, teatro, dança e cursos, o que o Sesc Palladium tem preparado em termos de atrações para o público belorizontino?
Esse ano está sendo muito especial para o Sesc Palladium. Um ano de retomada e de crescimento de frentes de trabalho e projetos. Além dos novos núcleos de formação continuada, iniciamos o curso Batuca Sesc, que prevê contribuir para a formação de ritmistas, multiplicadores e interessados em geral aptos a atuar na cena cultural tradicional e carnavalesca por meio da prática de instrumentos de samba. A programação nos espaços menores, como o Teatro de Bolso, com projetos de fomento voltados aos artistas locais, com o Salve o Compositor!, foi ampliada. Além disso, com a intenção de ampliar as iniciativas voltadas às artes visuais, estamos criando propostas para viabilizar um ateliê criativo, que será articulado ao projeto de Desvios, que já existe na unidade. A mesma proposta de ampliação vai para as ações voltadas para a Literatura. Acontecerá no final do mês a 1ª edição da Eduko, a Bienal de Novos Saberes. Serão dois dias dedicados a apresentar caminhos inovadores para a educação em comunidade. Mais do que um congresso bienal dedicado à Educação 5.0 e Inovação, a Eduko pretende ser um movimento que conecta pessoas preocupadas com o destino da educação e capazes de transformar o mundo através dela, refletindo e ressignificando sua atuação no mercado. E tenho um spoiler... Ainda esse ano, teremos a retomada de um projeto muito especial, que acontecerá no Grande Teatro do Sesc Palladium. A novidade será formalizada no evento institucional de 20 anos do Mesa Brasil, que acontecerá no final de agosto.
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