Advogado de "Bola" confia na absolvição após desmembramento do processo

Thais Motta - Do Hoje em Dia
01/03/2013 às 17:15.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:29
 ( MAURICIO DE SOUZA)

( MAURICIO DE SOUZA)

Acusado de ser o autor da morte da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, não vai se sentar no banco dos réus no dia 4 de março. Mais uma vez o processo ao qual responde foi desmembrado e “Bola” só deve enfrentar o júri popular no dia 22 de abril.

Mesmo não sendo julgado juntamente com o atleta e sua ex-mulher Dayanne Rodrigues, que sentarão no banco dos réus a partir desta segunda-feira (4), a defesa de Marcos Aparecido dos Santos deverá acompanhar o julgamento. O advogado do ex-policial, Fernando Oliveira Magalhães, estará presente no júri e poderá fazer perguntas aos réus.

Quanto à estratégia de defesa para “Bola”, Magalhães está tranquilo e acredita na absolvição do acusado, especialmente após o desmembramento do processo. “É difícil um júri popular entender a inocência de um réu sentado ao lado de outro [se referindo ao goleiro Bruno] que querem condenar. Então, dessa forma vai ser bem melhor”, comentou.

O defensor disse ainda que qualquer novidade no julgamento do goleiro Bruno será benéfica para o ex-policial. “Nenhum dos envolvidos no caso fala sobre o ‘Bola’. O próprio Bruno, o Jorge e até mesmo o ‘Macarrão’ nunca apontaram o Marcos Aparecido”. E completou se referindo ao delegado afastado do caso, Edson Moreira: "'Bola' foi escolhido por certa autoridade policial para responder pela morte da modelo".

O réu, preso desde 9 de julho de 2010, responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado (emprego de meio cruel e sem permitir defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Se condenado à pena máxima, ele poderá pegar até 33 anos de prisão.

Atestado de óbito

Apesar das muitas estratégias (linkar na matéria abaixo) para adiar o julgamento de “Bola”, o fato é que o atestado de óbito de Eliza Samudio já condena o ex-policial. O documento aponta como local da morte da modelo a casa localizada à rua Araruama, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), endereço onde "Bola" vivia antes de ser preso.

De acordo com o Conselho de Sentença, o júri que condenou Luiz Henrique Ferreira Romão, o “Macarrão” e Fernanda Gomes de Castro entendeu que a morte da ex-modelo foi confirmada em depoimentos durante o julgamento. Além disso, não cabe recurso da decisão que sentenciou os réus. Mas os restos mortais da modelo ainda não foram encontrados.

Por causa do atestado de óbito, emitido após determinação da juíza do caso, Marixa Fabiane Rodrigues, a defesa de "Bola" entrou com pedido de afastamento da magistrada.

Segundo os advogados, ela “usurpou de sua competência” ao definir no atestado de óbito da modelo a causa (esganadura) e o local da morte. O advogado Fernando Magalhães acredita que, por ter participado do processo, a juíza não poderia ter feito juízo de valor. Por esse motivo, segundo ele, deve ser considerada suspeita para permanecer na causa.

Ainda nesta semana o defensor garantiu que poderá entrar com um pedido de habeas corpus para “Bola”, , além de um novo recurso de suspeição da magistrada. "Como a juíza ainda não se manifestou a tempo e modo, decidimos entrar com um novo recurso", completou.

Fernando Magalhães informou ainda que vai pleitear o indeferimento de uma determinação magistrada que não permite que os advogados façam perguntas às testemunhas do caso durante o julgamento do goleiro Bruno Fernandes e de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues. "Isso não aconteceu no último julgamento quando podíamos perguntar a réus e testemunhas. Desta vez, a juíza só autorizou as perguntas aos acusados", explicou.

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