Mãe de Eliza chora ao lembrar-se da filha e diz que não perdoa Bruno

Amanda Paixão e Ana Clara Otoni - Do Hoje em Dia (*)
21/11/2012 às 12:24.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:28
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

A agricultora de Sônia Fátima Moura foi a primeira testemunha arrolada pela defesa a ser ouvida nesta quarta-feira (21), após desmembramento do julgamento do goleiro Bruno Fernandes. Sônia é mãe de Eliza Samudio e até hoje não pôde assistir às audiências do júri por ter sido chamada para depor. Ela foi chamada pelo advogado
Leonardo Diniz, responsável pela defesa de Luiz Henrique, o Macarrão. Durante o depoimento que durou cerca de uma hora e meia, ela chorou muito e ficou bastante emocionada ao contar sobre a filha e o relacionamento que ambas tinham.

Sônia afirmou que "não guarda ressentimentos no coração", mas, ao fim do interrogatório, quando questionada sobre a possibilidade de perdoar Bruno, que será julgado em março de 2013 pelo assassinato da filha, ela foi categórica ao salientar que "não perdoaria" o goleiro.

A mulher revelou também que Bruno e sua família nunca deram auxílio para a criança e que hoje se encontra sob a guarda da avó. A recusa em reconhecer a paternidade de Bruninho - que só ocorreu em agosto passado, por decisão da Justiça - foi o que teria levado Bruno, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE) de Minas Gerais, a matar Eliza.

O advogado Leonardo Diniz havia arrolado outras duas testemunhas que foram dispensadas por ele: Alessandra Wilke, delegada que participou das investigações e Elenilson Vítor da Silva, outro réu do processo. A títular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, Cristina Coelli, que também iria ser ouvida hoje foi dispensada.

Depoimento

O depoimento de Sônia começou com Marixa Fabiane lendo o depoimento que ela deu à polícia em 7 de julho de 2010. Nele, a mãe de Eliza contava sobre o relacionamento dela com Luiz Carlos Samudio, pai da modelo. Ele foi descrito como violento e consumidor de bebidas alcoolicas. A agricultora teria contado ainda que ele era bastante amável com a filha, quando ela ainda era criança. No entanto, ele chegou a bater nela em algumas ocasiões e também na mãe dele. Quando a filha tinha três meses, Sônia "deixou" os dois.

Aos 14 anos, Eliza foi morar com mãe em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A convivência durou apenas um ano, pois as duas tinham alguns atritos devido a limitação de horários e desobediência à mãe. Com isso, Eliza voltou a morar com o pai.

Quando compeltou 18 anos, colocou um piercing na língua e uma tatoo de anjo na virilha. A mãe repudiu o fato. Depois disso, Eliza sumiu. O pai dela achava que ela estava com a mãe, mas ela havia perdido o contato com a filha e com o irmão dela, que trocou várias vezes de celular.

Um jornalista contratado pela mãe de Eliza encontrou a menina pelo Orkut e soube que ela estava morando em São Paulo. Em certa ocasião, ela soube por meio de parentes que o pai de Eliza tinha sido baleado cinco vezes. Fez contato com a filha que não sabia do fato ocorrido com o pai. A mãe disse que acreditava que Eliza pensasse, como ela, que Luiz Carlos tinha morrido. Elas só ficaram sabendo que ele estava vivo recentemente.

Sônia disse que não sabia que a filha estava envolvida com o mundo do futebol e, muito menos, com o jogador do Flamengo. Ela contou ainda que ficou sabendo do desaparecimento da filha por meio da imprensa.

Fuga de casa

Outro depoimento dado por Sônia informou que Eliza fugiu da casa do pai em 2005. Ela contou com a ajuda de Wagner, um sobrinho da mãe. Ele teria buscado Eliza, que estava com duas malas, com um mototáxi do qual ele era dono, na beira de uma rodovia A ex-amante de Bruno não contou o porquê de ter fugido de casa.

Sônia fazia contato com Eliza por celular e a filha estava "sempre presente nas redes sociais", o que era noticiado pelas amigas. "Ela queria ter filho e mataria e morreria por ele", salientou Sônia, observando ainda que Eliza  "jamais o deixaria para trás". E contou também que não sabia como a jovem se sustentava, pois ela dizia apenas que "trabalhava com eventos".

Saiba mais detalhes sobre a vida de Eliza Samúdio

(*) Com informações da Agência Estado

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