(Prefeitura Passos/Divulgação)
Uma morte causada por um temporal em Passos, no Sul de Minas, não entrou para a estatística de mortes no período chuvoso que começou no dia 24 de setembro. Isso porque o trágico ocorrido se deu três dias antes da abertura do período oficial para o governo do Estado. Assim, o nome de Ian Lucas Correia Santos tinha 17 anos, estudante do 2º da Escola Estadual São José e vítima do desabamento do teto do ginásio da instituição não estará no balanço de óbitos do período, que deve ser fechado apenas em abril de 2013.
Ian estava com os amigos dentro do ginásio onde treinava futebol na seleção da escola, no fim da tarde do dia 21 de setembro, quando o tempo fechou e a força da água e dos ventos venceu qualquer obstáculo. Uma parede da quadra cedeu e levou o telhado abaixo. O estudante não conseguiu correr e ficou preso sob os escombros. Ele não foi o único. Sérgio Raimundo Vilela Júnior, de 18 anos, também estava na quadra no momento da queda. Ele é ex-aluno da instituição e dava aulas de violão voluntariamente quando foi atingido pelos escombros ficando gravemente ferido. De acordo com Samuel Antônio dos Santos, tio do garoto morto, Ian e Sérgio eram amigos. "O pessoal contou que o Sérgio gritava para os bombeiros ajudarem primeiro o Ian, que estava mais ferido, mas não deu tempo", contou emocionado.
O ex-aluno está internado há doze dias na Unidade de Tratamento Intensivo e o estado de saúde dele ainda é grave, conforme a Santa Casa. Ele tem se comunicado com a família apenas com o olhar. "O pai dele disse que eles conversam com ele, e o menino entende, pisca o olho. Mas é muito triste isso tudo", contou Samuel, que também é amigo dos parentes de Sérgio. A família de Ian ficou desolada com a morte do garoto, que era tido por todos como vaidoso e namorador. "Ele era filho único, então era mesmo muito querido", disse o tio do estudante.
Por meio de nota, o governador Antonio Anastasia lamentou o episódio trágico de Passos e determinou que as Secretarias de Estado de Educação (SEE) e de Desenvolvimento Social (Sedese) e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) prestassem assistência às famílias afetadas com a chuva na cidade.
O temporal daquela tarde fez com que o telhado da empresa de ônibus Gardênia desabasse. O vento forte arrastou a estrutura metálica por dois quarteirões e, com isso, cinco casas foram danificadas. Segundo os bombeiros, que receberam sete chamados de desabamentos e cinco para o corte de árvores no dia 21, não havia ninguém nas residências e, por isso, não houve feridos.