Aposentado descobre que votaram em seu nome e "jeitinho brasileiro" resolve problema

Frederico Ribeiro
05/10/2014 às 17:56.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:29
 (Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

Em um país no qual o método de votação e apuração nas eleições é reconhecido como um dos mais modernos, erros primários ainda acontecem e são corrigidos com "jeitinho". Em Belo Horizonte, o aposentado Milton de Oliveira Martins, de 80 anos, sofreu transtornos na hora de "tentar ajudar o Brasil a mudar". Quando chegou no seu colégio eleitoral, na Escola Clóvis Salgado - 29ª zona, 111ª seção - descobriu que um outro Milton (Gomes de Oliveira) havia votado em seu lugar.

Ao apresentar os documentos para os mesários, o comprovante de votação em seu nome havia sido destacado. Desconfiado e inconformado pelo impedimento de votar, ele voltou para casa com a justificativa de que tudo seria resolvido trinta minutos antes do fechamento das urnas na capital mineira (às 17h). Contudo, voltou antes do horário previamente combinado pelo presidente da seção e foi induzido a assinar no lugar do outro Milton. Ou seja, para corrigir o erro, ele trocaria as assinaturas e votaria nos seus candidatos normalmente.

O presidente da 111ª seção, Jacob de Oliveira Santos, se comunicou com um dos juízes do Tribubal Regional Eleitoral de Minas Gerais e afirmou que recebeu autorização do TRE para liberar a votação de Milton Martins. Para tanto, era preciso apenas que ele assinasse de forma errada, no local onde consta o nome de seu xará. De lembrança pela lambança, o ex-advogado ficará com o canhoto da votação, documento usado para certificar a regularidade do eleitor com a Justiça Eleitoral. O lado tranquilo do fato é que Milton, pela faixa etária, tem direito ao voto facultativo.

O filho de Milton, François Manata, de 51 anos, também advogado, logo ficou descofiado de que o erro poderia ser uma fraude eleitoral. Mas ao acompanhar o pai ao colégio, novamente, se mostrou aliviado ao saber que se tratava apenas de um simples erro na hora de sinalizar o local da assinatura.

Depois de descobrir que um quase homônimo (os dois compartilhar o "de Oliveira" no sobrenome) havia votado para ele, Milton prestou depoimento para um policial militar no Clóvis Salgado. O ex-advogado deixou claro que não queria prejudicar os mesários, mas o equívoco eleitoral não poderia passar batido aos olhos da lei.

Com isso, Jacob de Oliveira, o presidente da seção, fez uma Ata relatando a troca de assinaturas que será encaminhada, juntamente com o boletim de ocorrência, para o TRE.



 

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