Especialistas avaliam que desempenho de Aécio ficou acima do esperado

Fernando Dutra - Hoje em Dia
06/10/2014 às 08:35.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:29
 (Flávio Tavares )

(Flávio Tavares )

O fim do primeiro turno das eleições para a Presidência confirmou, mais uma vez, a realização de um segundo turno polarizado entre PT e PSDB. Dilma Rousseff e Aécio Neves buscam agora as alianças necessárias para alcançarem o posto máximo do executivo nacional.

Contrariando o que diziam as últimas pesquisas de intenção de voto o senador mineiro Aécio Neves surpreendeu e ficou apenas 8,04 pontos percentuais abaixo de Dilma.

Para a coordenadora do Observatório das Eleições da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Regina Helena Alves, os institutos de pesquisa precisam “rever as metodologias”.

“Havia algo no ar que nem os institutos nem os marqueteiros conseguiram captar”, disse.

Para o cientista político Gilberto Damasceno, da PUC-Minas, a grande surpresa deste primeiro turno foi “a incapacidade das pesquisas em capturar e projetar um processo de aumento do votos que já estava desenhado para o Aécio”.

Com a confirmação da disputa no segundo turno entra em pauta o posicionamento do apoio de Marina Silva. Regina Helena lembra que em 2010, após a confirmação de segundo turno entre Dilma e José Serra (PSDB), a ex-ministra não apoiou nenhum dos candidatos, “embora 70% dos votos de Marina terem ido para Serra”.

“Será coerente caso ela decida apoiar o Aécio, pela equipe, as propostas e o caminho que seguiu”, afirmou Regina.

Voto multifacetado

Para o cientista Paulo Figueiras, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o voto de Marina Silva é multifacetado. “Tem tanto eleitores que valorizam mais o voto ecológico e tendem mais à esquerda, para Dilma, como os evangélicos que tendem à direita, para Aécio”, apontou.

Um dos fatores que podem determinar o sucesso dos candidatos nesta eleição são os eleitores de Minas Gerais. Os analistas concordam que a presidente Dilma deve explorar a derrota do tucano em Minas, estado que comandava há 12 anos, e a vitória de Fernando Pimentel no estado. “Ele (Aécio) perdeu no estado dele. Não só perdeu o governo como perdeu, no Estado, como candidato à Presidência”, afirmou a cientista política Regina Helena.

Armas tucanas

Já o cientista político Gilberto Damasceno acredita que o tucano tem que abordar “o problema da economia e usar o escândalo da Petrobras no sentido de atingir o PT”. Além disso, Damasceno atribui aos votos do “antipetismo” o desempenho do ex-governador de Minas.

Minas Gerais

Se Minas Gerais deve ter papel crucial no segundo turno das eleições presidenciais, o espaço reservado a Ferna[/LEAD]ndo Pimentel, eleito governador no primeiro turno, pode ser decisivo. Regina Helena aponta que o petista deve destacar seu papel do “candidato que derrotou o PSDB em Minas”.

Para Damasceno, Pimentel “soube aproveitar o hiato deixado por Aécio, que estava preocupado com a eleição presidencial”.

Além disso, o analista acredita que o PSDB errou na escolha de Pimenta da Veiga, que estava afastado da política. “Tentaram ressuscitar ele em um tempo muito curto”, disse.

Regina Helena aponta que a entrada tardia de Aécio e Dilma na disputa em Minas tendeu a favor do petista.

“A campanha do Pimenta só foi pra frente quando Aécio voltou pra cá. Os dois candidatos só colaram aos presidenciáveis no final da campanha”.

O desempenho do tucano em Minas foi creditado também à presença de Aécio. “O desempenho do Pimenta foi uma surpresa pela quantidade de votos. Foi mais para impulsionar o Aécio do que por méritos próprios”, afirmou Regina.

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