Juventude pelo topo do Olimpo esportivo; vale a pena?

Vinícius Las Casas - Do Portal HD
10/10/2012 às 09:43.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:58
 (Reprodução)

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Infância é uma fase de aprendizagem na vida, momento de brincar, se divertir, evitar as preocupações e não se sentir pressionado pelas obrigações da vida adulta. No entanto, nem todo mundo tem o prazer de vivenciar plenamente esta fase.

No esporte não é diferente. O sonho de se tornar atleta e o desejo das cifras milionárias logo cedo fazem com que crianças virem adultos e sintam na pele, no corpo e na mente as dificuldades da "mundo dos grandes".

Tendo isto em mente, o Portal Hoje em Dia relembra alguns atletas que começaram a fazer barulho durante o período em que deveriam ter como preocupação apenas brincadeiras, escola, curtição.

Ye Shiwen, 16 anos: dois ouros e recorde nos 400 medley
 


Nos Jogos Olímpicos de Londres, duas adolescentes chocaram o mundo ao quebrar recordes e faturarem ouros. A chinesa Ye Shiwen, 16 anos, levou dois ouros e quebrou um recorde nos 400 metros medley.

O que choca no caso desta atleta é que ela foi preparada desde que nasceu para ser uma campeã. Treinos rigorosos, alimentação controlada e todas as dificuldades de se tornar um campeão desde cedo na rotina de Shiwen. Quer ainda mais pressão? A chinesa foi acusada, após quebra de recorde, de usar substâncias proibidas.

Missy Franklin e Michael Phelps: medalhas e recordes mundiais
 

Missy Franklin, de 17, foi ainda mais longe: quatro ouros e um bronze, com dois recordes mundiais - 200 m costas e 4x100m medley. A atleta, aos 13, já tinha inclusive tentado conquistar índice para a Olimpíada de Pequim, mas sem sucesso. Ainda na natação norte-americana, Michael Phelps, recordista olímpico de medalhas, além de detentor de vários recordes individuais na modalidade, aos 15 anos já despontava no esporte. Posteriormente, foi fotografado abusando de festas após Jogos Olímpicos de Pequim e, inclusive, fumando maconha em uma delas. Hoje, aos 27 anos, já está aposentado, muito em parte pelo alto nível de exigência para se manter no topo e também ao tempo que dedicou sua vida à natação.

Futebol, quem cedo madruga...
 

No Brasil, também temos alguns exemplos. A maioria deles no futebol. Neymar tem salário de profissional e cobranças desde os 13 anos, quando o Santos o contratou. Hoje, com 20 anos, possui bens que os brasileiros sequer sonham em ter, como carros e lanchas. Mas, por outro lado, as cobranças também o acompanham.

O jovem já é cobrado na seleção brasileira, recebendo vaias, xingamentos e críticas quando não atinge a expectativa, além, de no início da carreira, ter sido vaiado pela torcida do Santos, sendo colocado no banco de reservas durante uma má fase. Alguns episódios polêmicos, com brigas com treinador e rivais também podem ser lembrados e creditados à ausência de maturidade. Mas a cobrança veio pesada, como se já fosse um veterano na vida, não apenas no futebol.

Ronaldo, o Fenômeno, também foi outro que experimentou o sucesso jovem. No Cruzeiro, aos 16 anos, o jogador já encantava a torcida, marcando gols e chamando a atenção dos clubes ao redor do mundo. Mais velho, o atacante se envolveu em algumas polêmicas, o que poderia ser caracterizado como uma volta aos tempos de criança, fase que ele não pôde aproveitar em sua totalidade.

Hoje craque do Atlético, Ronaldinho Gaúcho também foi alçado à condição de craque antes de ter a maioridade. Com 17 anos já atuava no profissional. Aos 19, teve uma polêmica transferência para Europa, que resultou em um ódio que os gremistas carregam até hoje. Será que com maturidade esse conflito não poderia ter sido evitado?

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