Conteúdo de responsabilidade de Clínica de Transição Suntor
Com protocolos rigorosos e vigilância desde a admissão, algumas instituições já demonstram que é possível eliminar infecções mesmo em pacientes de alto risco Infecções relacionadas à assistência à saúde seguem como uma das principais causas de morte evitável no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 5% e 14% das internações no país evoluem para algum tipo de infecção hospitalar.
Em unidades de terapia intensiva, esse número pode ultrapassar 30%. A Organização Mundial da Saúde afirma que até 70% dessas infecções poderiam ser prevenidas com medidas bem estruturadas e aplicadas com regularidade.
Em Belo Horizonte, a Suntor Clínica de Transição é um exemplo de como é possível mudar esse quadro com a prevenção ativa e zerar o número de infecções. Em março e abril deste ano, últimos meses computados, a clínica não registrou nenhum caso entre pacientes internados, mesmo com um perfil clínico de alto risco: pessoas em recuperação pós-cirúrgica, reabilitação neurológica, cuidados paliativos e doenças crônicas em estágios avançados. A unidade mantém taxa inferior a 1 por cento, em um cenário onde percentuais até sete vezes maiores ainda são considerados aceitáveis.
“O segredo está em agir antes da infecção acontecer”, afirma Leandro Rocha, coordenador de Suporte à Saúde e Controle de Infecção da clínica.
"Todo paciente é colocado em precaução de contato assim que chega. Não esperamos o resultado de exames. Coletamos culturas de vigilância imediatamente na admissão e só suspendemos a precaução após confirmação de que não há crescimento bacteriano”.
Segundo ele, essa conduta reduz drasticamente a possibilidade de transmissão cruzada ainda nas primeiras 24 horas de internação.
Pacientes com precaução ativa são identificados por pulseiras, sinalização no leito e marcação no sistema eletrônico. O uso de equipamentos de proteção individual como capote é obrigatório em atendimentos com contato físico direto.
“A precaução visual permite que todos os profissionais da assistência ou não saibam como proceder com cada paciente”, reforça Leandro.
A prevenção inclui ainda treinamentos obrigatórios para todos os funcionários da clínica. Os conteúdos são atualizados mensalmente por meio de uma plataforma digital e abrangem temas como biossegurança, precauções por contato, higienização das mãos e descarte correto de resíduos de saúde.
“Não é um treinamento voltado apenas à equipe assistencial. Todos os colaboradores precisam entender o risco e saber como atuar em situações de prevenção e segurança”, explica.
A participação dos acompanhantes também é considerada estratégica. Eles recebem oficinas periódicas sobre higiene, precauções no ambiente e são orientados a intervir sempre que identificarem falhas.
“O acompanhante não é figura passiva. Ele é corresponsável pelo cuidado e precisa ter clareza do papel que desempenha na segurança do paciente”, afirma.
Na linha de frente do cuidado, a enfermagem tem papel decisivo na prevenção.
“Somos os profissionais que estão 24 horas ao lado do paciente. Isso nos permite identificar precocemente qualquer sinal de infecção e agir de forma imediata com barreiras eficazes”, explica Carlos Júnior, coordenador de Enfermagem da Suntor.
Para ele, manter o índice de infecção abaixo de 1% exige não apenas técnica, mas constância na formação e uma postura ativa da equipe.
“Colocamos o paciente no centro do cuidado. Toda a assistência é pensada para evitar qualquer evento adverso. A adesão aos protocolos e as capacitações contínuas são o que garantem a excelência”.
Carlos destaca ainda que é possível manter os protocolos sempre ativos sem perder o vínculo humano: “Trabalhamos com equilíbrio. Os processos estão sempre em vigor, mas a abordagem é personalizada e empática. Isso faz diferença na experiência do paciente”.
E completa: “Esse resultado representa uma assistência segura, com equipe engajada e comprometida com o cuidado. É disso que se trata uma alta com segurança”.
Cada prescrição de antibiótico é acompanhada por uma investigação.
"Quando há suspeita de infecção, aplicamos os critérios da Anvisa e, se confirmada, abrimos uma análise de causa. O objetivo é entender o que aconteceu e corrigir qualquer falha que possa ter contribuído para o quadro”, explica Leandro.
Como parte do trabalho educativo contínuo, a clínica realizou neste ano uma ação voltada a pacientes, acompanhantes e colaboradores sobre a importância da hidratação como forma de reduzir infecções urinárias e episódios de constipação intestinal, condições frequentes no perfil de pacientes atendidos.
Segundo a OMS, hospitais com protocolos de prevenção bem estabelecidos conseguem reduzir em mais da metade o número de infecções hospitalares. A experiência da Suntor indica que, com estrutura adequada, monitoramento permanente e envolvimento de todos os agentes do cuidado, é possível ir além da redução e eliminar casos por períodos
prolongados.
“Prevenção não é um ato técnico isolado. É uma decisão institucional que precisa ser mantida todos os dias”, conclui Leandro.