
A proibição do uso, em várias cidades do país, de embalagens e itens de plástico e isopor como canudos, copos, talheres e pratos descartáveis fez a empresa Global Embalagens investir pesado na produção sustentável de utensílios de materiais biodegradáveis. A indústria – que começou a funcionar no início do ano passado em Betim, na Grande BH – já produz atualmente 2 milhões de embalagens por mês. Isso representa menos 200 mil quilos de embalagens de plástico descartados por ano no oceano.

Segundo Carlos Henrique Moreira de Siqueira, CEO da Global Embalagens, são fabricados potes, copos, canudos e sacos de papel – tudo biodegradável.
“Criamos a empresa para atender uma franquia, mas a aceitação foi tão grande que resolvemos ampliar os horizontes”, conta, lembrando que em fevereiro do ano passado, quando a empresa estava nascendo, a produção era de 100 mil unidades por mês.
Segundo Carlos Henrique, hoje a empresa adquire mensalmente cerca de 30 toneladas de matéria-prima. Os principais clientes têm sido as sorveterias e empreendimentos que comercializam açaí. “A gente vem crescendo bastante e dobrando o tamanho da fábrica a cada trimestre. Nossa expectativa é chegar a 5 milhões de embalagens por mês já no fim do ano que vem”, projeta.
Localizada às margens da BR-381, em Betim, a empresa tem hoje 40 funcionários. De acordo com Carlos Henrique, como a pandemia teve início em março de 2020, um mês após a empresa entrar em operação, o período do auge da Covid serviu para a estruturação do empreendimento.
“A empresa é relativamente nova, pois completamos um ano agora. Mas identificamos essa demanda que existia por esses tipos de produto. E hoje as embalagens que produzimos são de papéis biodegradáveis e recicláveis”, conta.
São Paulo
Desde 1º de janeiro deste ano, estabelecimentos comerciais estão proibidos em São Paulo de fornecer copos, pratos, talheres e outros utensílios feitos de plásticos descartáveis. Quem descumprir a medida está sujeito a multas que variam de R$ 1 mil a R$ 8 mil, podendo o comércio ser fechado em caso de reincidência. O objetivo da norma foi incentivar a reciclagem. Os proprietários das lojas tiveram um ano para se adequar.
Em Minas, pelo menos três cidades já proibiram o uso do canudo de plástico: Montes Claros (Norte do Estado), Cataguases (Zona da Mata) e Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, gerando 11,3 milhões de toneladas por ano, o Brasil ainda é o país que menos recicla. Em 2018, a Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou o projeto de lei que prevê a retirada gradual do plástico da composição de pratos, copos, bandejas e talheres descartáveis. Pelo texto, o plástico deverá, em dez anos, ser substituído por materiais biodegradáveis, o que tem levado os estados a investirem cada dia mais nessa busca pela sustentabilidade.

Embalagens produzidas pela empresa