Ídolo no Atlético, Pierre classifica 6 a 1 como 'vergonhoso' e critica preparação para o Mundial

Henrique André
@ohenriqueandre
13/10/2020 às 10:06.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:46
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Convidado do Papo de Setoristas do Atlético nesta segunda-feira (12), o ex-volante Pierre falou durante uma hora e meia sobre as maiores alegrias e frustrações que viveu no clube alvinegro, pelo qual disputou 170 partidas e participou das principais conquistas recentes.

Além de lembrar dos canecos, Pierre também deu sua opinião sobre alguns reveses que jamais sairão da memória dos torcedores. O primeiro deles, a goleada sofrida para o rival Cruzeiro, por 6 a 1, na última rodada do Brasileiro de 2011, quando o Galo tinha a oportunidade de rebaixar a Raposa para a Série B. Para ele, um dia vergonhoso.

Questionado por alguns torcedores durante a entrevista, se a partida havia sido comprada ou se o Atlético fizera corpo mole, Pierre foi bastante enfático ao rechaçar.

"Muito se foi dito depois daquele jogo vergonhoso que nós tivemos. Não teve nada de jogo comprado. A gente tinha uma grande premiação para derrubar o Cruzeiro naquele jogo. Acho que entramos em campo sem a dimensão da partida. O Cruzeiro estava há uma semana em Atibaia, treinando e concentrado; a gente estava há uma semana fazendo rachão e comendo churrasco. Comemorando o nosso não rebaixamento", destacou o Pitbull.

"Não teve essa de jogo vendido; o Cruzeiro foi superior e entrou num jogo que foi inexplicável. Todas as bolas que foram no gol entraram e a gente entrou num nível muito abaixo. Infelizmente, foi algo que ficou manchado na carreira de todos nós. É uma coisa que me envergonho até hoje, mas que nos fez entrar com outra ótica em 2012, pensando em coisas maiores. Entramos em 2012 com uma pressão enorme. Achávamos que entraríamos tranquilos pelo não rebaixamento, mas foi o contrário", acrescentou.

Queda no Mundial de Clubes

Dois anos depois, mas em outro patamar, o Atlético vinha de um vice-campeonato nacional, em 2012, e, em 2013, da inédita Libertadores. Contudo, a queda nas semifinais do Mundial, contra o modesto Raja Casablanca, do Marrocos, novamente fez estremecer o clima no clube, que sonhava em fazer a grande decisão contra o temido e badalado Bayern de Munique. 

"Assistimos o jogo do Raja contra o Monterrey, torcendo para que eles passassem. Achávamos um time mais tranquilo do que os mexicanos, mais cascudos. Na prática foi totalmente diferente. Friso alguns pontos sobre o Mundial. Houve aquela questão do Cuca de sai, fica... isso trouxe uma intranquilidade. Achei a nossa preparação muito ruim. Ficamos no Marrocos quase um mês no hotel, comendo, dormindo e sem fazer nenhum jogo treino. Tudo isso pesou. Era um jogo só. Tinha o Ronaldinho voltando de contusão, assim como o Réver. A gente precisava de um ritmo. Pegamos o Raja que vinha de dois mata-matas seguidos. Quando entramos em campo, só com o talento não deu para vencer", opinou o ex-jogador, ídolo da torcida atleticana.

"Se nós tivéssemos ido à final, Íamos pegar um time... O Bayern fez 2 a 0 no Raja brincando, sem apertar muito. Seria mais uma pedreira e, do jeito que a gente estava, não enxergaria com tanto otimismo. Tudo poderia acontecer, mas viria o Bayern com uma superioridade muito grande por tudo que estávamos vivendo", finalizou.

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