(Reprodução internet)
O árbitro e policial militar Gabriel Murta, que sacou um revólver durante uma partida da Liga de Brumadinho no domingo passado, na região metropolitana de Belo Horizonte, voltará a apitar no próximo fim de semana por categorias amadoras.
Além de confirmar a escalação do árbitro e de descartar qualquer tipo de punição a ele pelo incidente, a Federação Mineira de Futebol (FMF) sinaliza que Murta deverá ser indicado a integrar o quadro de arbitragem da CBF. É o que garante o presidente da Comissão de Arbitragem da FMF, Giuliano Bozzano.
De acordo com o dirigente, Murta é “um profissional qualificado e com perfil psicológico traçado e aprovado pela entidade.”
“Ele agiu de forma justa, repeliu as agressões e as ameaças”, afirmou Bozzano. em entrevista por telefone ao Hoje em Dia.
“A todo momento estava com a arma baixa, sem apontar para ninguém, com dedo fora do gatilho”, acrescentou ele.
Agressões recorrentes
Em entrevista ao Hoje em Dia, Gabriel Murta afirmou estar tranquilo e feliz com o apoio que recebeu da Federação, e que esta é a quarta vez que foi alvo de agressões em partidas de torneios amadores.
Segundo o árbitro de 27 anos, o vídeo que rodou o mundo não mostra o início das agressões que sofreu.
“Vários jogadores vieram para cima de mim, e o camisa 2, que foi expulso, me deu um tapa na cara”, contou Gabriel.
“Ouvi várias barbaridades e peguei a arma para me defender”, acrescentou, ressaltando que sentiu-se acuado e humilhado durante a confusão.
Respaldado pela FMF, ele diz também que a intenção era imobilizar o agressor, para, em seguida, acionar reforço policial. Contudo, o atleta correu e fugiu na garupa de uma moto que já o esperava.
Relembre a confusão
Durante partida da Liga Municipal de Brumadinho, jogadores reservas e o técnico do Amantes da Bola invadiram o campo para cobrar a expulsão de um jogador do Brumadinho. Exaltado, um atleta agrediu o árbitro Gabriel Murta com um tapa na cabeça e um chute.
Acuado, Murta, que também é policial militar, foi ao vestiário e voltou com uma arma.
Contido pelos auxiliares, Gabriel conseguiu espantar o agressor, que, com medo da possível reação do árbitro, fugiu.
De acordo com Giuliano Bozzano, o caso ganhou tanta repercussão que correspondentes da CNN e do jornal britânico “The Guardian” o procuraram para comentar o pitoresco episódio ocorrido em Minas.