(Carlos Rhienck)
Numericamente, o Campeonato Brasileiro de 2014, depois de 1/3 da competição disputada, mantém o enredo de quase toda a disputa do ano passado, com o Cruzeiro sobrando. Mas tecnicamente, a situação é bem diferente, pois os comandados de Marcelo Oliveira terão concorrentes mais qualificados na briga pela taça.
Após 13 rodadas, a Raposa já ostenta 37,6% de chance de ser campeã, mais que o dobro dos 17.4% do Fluminense, vice-líder a quatro pontos de distância na classificação: 29 a 25.
A Copa Libertadores é quase uma certeza na Toca. São 80% de chances de retornar ao torneio continental, no próximo ano, de acordo com o site “Probabilidades no Futebol” – mantido pelo departamento de matemática da UFMG.
“O equilíbrio do Cruzeiro no Brasileirão impressiona. O desempenho dentro e fora de casa é muito parecido. Tal fator conta. Por isso, a briga, neste momento, é somente pela vice-liderança e a Libertadores”, avalia Gilcione Costa, professor e matemático da UFMG.
O técnico Marcelo Oliveira projeta conquistar 40 pontos no turno, ou seja, 74% de aproveitamento, o que aproximaria o clube do título nacional. Com 66, mesma pontuação necessária para o título em 2013, são de 64% as chances de se erguer a taça da Série A.
Porém, não há motivo para relaxamento. Os adversários diretos dos cruzeirenses demonstram muito mais qualidade do que na última edição.
Se na temporada anterior a Raposa brigou com Grêmio, Atlético-PR e Botafogo, em 2014, o eixo-Rio-SP volta a incomodar. Fluminense e Corinthians montaram bons elencos. Para completar, o Internacional parece ter se acertado com o treinador Abel Braga.
Além disso, o time da Toca pode passar a ser perseguido até pelo maior rival, pois se o Atlético derrotar a Chapecoense, nesta quarta-feira (6), às 21h, na Arena Condá, em partida atrasada da décima rodada, alcança o quinto lugar a apenas três pontos do G-4. A distância para o líder será de oito.
“Uma vaga da Libertadores, na nossa análise, está praticamente garantida, é do Cruzeiro. Para o Atlético entrar nessa luta pelo G-4, tem de ganhar quarta-feira”, afirma Gilcione.
Longe de Belo Horizonte, os atleticanos decepcionam. São seis pontos em 15 disputados, ou seja, um aproveitamento de 40%.