'A carreira do Neymar ficou muito gigante para ele', diz Silas sobre astro do PSG

Estadão Conteúdo
14/06/2019 às 15:40.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:07
 (Instagram / Reprodução)

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Técnico do São Bento no Paulistão deste ano em seu último trabalho na função, Silas fez parte do forte time do São Paulo que foi campeão brasileiro em 1986 e faturou o Paulistão em 1985 e 1987. Em meio a este período, ele ganhou a Copa América de 1989 e defendeu o Brasil também nos Mundiais de 1986 e 1990. Com este currículo e também com a experiência de quem começou a trilhar a carreira de treinador em 2007, o ex-jogador de 53 anos afirmou ao Estado que Neymar não vem conseguindo administrar de maneira eficiente a magnitude de sua carreira, que entrou em declínio depois que ele resolveu trocar o Barcelona pelo Paris Saint-Germain, há quase dois anos.

"Eu acho que quando o Neymar começou e jogava com o que ele mesmo chamava de alegria e ousadia, eu achei fantástico aquilo. No nosso tempo a gente chamava isso de futebol moleque, de futebol alegre, mas isso não amadureceu com ele. O futebol do Neymar é fora de série, mas isso tem de estar aliado a um comportamento de grupo", alertou Silas, ressaltando que o temperamento instável do atacante nos gramados tem o prejudicado. "A gente vê todos os seus companheiros de time dizendo que ele é um cara legal, mas dentro do campo ele pode agredir um adversário ou se descontrolar por causa de uma provocação ou ao tomar uma pancada", disse.

Assim como muitos acreditam que a opção de deixar o Barcelona e ir jogar no PSG foi uma decisão equivocada de Neymar, Silas crê que o astro não conseguiu acompanhar de forma madura os holofotes que ganhou e as cobranças que passou a receber após ter sido protagonista da contratação mais cara da história do futebol - em agosto de 2017, ele deixou o Barça ao custo de 222 milhões de euros (R$ 819 milhões, na cotação da época), que era o valor da sua multa rescisória de contrato.

"Eu acho que a carreira ficou muito gigante pra ele. Antes da Copa de 2018, o Neymar era maior do que o Mbappé e do que o Cavani (seus dois parceiros de ataque no PSG), mas os dois ficaram maiores do que ele depois do que fizeram no Mundial. Eu achei que isso, quando aconteceu, seria bom para ele, e que ele iria começar a fazer o que faz melhor, que é jogar futebol, mas aí começaram a vir as lesões não sei por qual motivo, coisa que não era normal em sua carreira, em que ele pouco se machucava", afirmou Silas, que antes via o atleta percorrendo uma trajetória certa rumo ao sucesso.

"Antes ele estava caminhando como o Messi caminhou no início de sua carreira para se tornar o melhor do mundo, mas ele começou a se lesionar. E eu também não sei quem é que ele ouve, ele precisa ter alguém que ele ouça, ele precisa de dois bons jogos para todo mundo bater palma para ele, mas está difícil", opinou Silas, se referindo também à necessidade de o atacante ser mais bem orientado para conduzir melhor a sua vida, hoje abalada por problemas fora de campo, como por exemplo uma agressão a um torcedor do PSG e uma acusação de estupro por parte de uma modelo.

Para o ex-meio-campista da seleção, Neymar ainda "não revelou o real motivo da saída dele do Barcelona, mas um dia vai revelar". E, para o ex-atleta, o atacante fatalmente "teria sido eleito o melhor jogador do mundo, até pela questão da idade do Cristiano Ronaldo e do Messi (que são mais velhos que o brasileiro), se tivesse tomado outros rumos para sua carreira". "Acho que aconteceu alguma coisa no Barcelona e ele precisou sair. Mas acho que essa saída foi um tiro no pé para ele", disse.Leia mais:
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