A carruagem, a abóbora e o Cruzeiro

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
05/04/2018 às 01:18.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:10
 (Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

(Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

O favoritismo tem sido algo perverso no futebol brasileiro nas últimas temporadas. E o Cruzeiro, que fez Palmeiras e Flamengo amargarem desse mal na conquista da Copa do Brasil do ano passado, aparece como o maior candidato a vítima em 2018.

O forte grupo de jogadores montado pelo clube não consegue dar resultado contra adversários fortes. Muito pelo contrário. Nos principais jogos do ano até agora tem acumulado fracassos. O último deles o empate sem gols com o Vasco nesta quarta-feira (4), no Mineirão, pela segunda rodada do Grupo E da Copa Libertadores.

O resultado mantém o time de Mano Menezes na lanterna da chave, algo preocupante naquele que é considerado o “Grupo da Morte”. E mais ainda quando se tem a certeza de que o alto investimento feito pela nova diretoria, que herdou um clube praticamente arrasado financeiramente, depende e muito de uma grande conquista em 2018, para que as contas fechem.

“Nunca nos julgamos favoritos de nada. Não nos incomoda, não nos pressiona. Temos experiência suficiente no futebol para saber que isso não ganha jogo. Eu disse antes de começar as duas finais que os 11 pontos a mais na primeira fase não fariam diferença, pois o título é decidido em 180 minutos. Já tivemos 90. Faltam outros 90, e o torcedor do Cruzeiro pode se juntar a gente pois vamos dar o nosso melhor”, garantiu o técnico Mano Menezes após a partida desta quarta-feira.

 E quando fala do torcedor, o treinador cruzeirense já percebeu que a sintonia não é a mesma do empolgante início de temporada: “Torcedor não estava tão paciente, o que é absolutamente normal. Nada a reclamar, sabemos que é assim”, afirmou em determinado momento o comandante azul.

A leitura do momento é fiel à realidade: “Nós estamos passando pelo nosso momento de dificuldade na temporada. Precisamos entender. Segundo jogo de Libertadores que nossa véspera é bastante acidentada. Perdemos Raniel, Murilo, mas acho que o resultado foi justo pelo que as duas equipes apresentaram. Nós vamos resolver os problemas, estar fortes para domingo e buscar o título mineiro. Nosso pior momento do ano ainda é de quatro dias. A semana tem sete. Vamos ver como termina”, analisou Mano.

Ganhar o título mineiro estava longe de ser o que mais importaria para o Cruzeiro nos tempos de empolgação, até porque a China Azul carregava a certeza de que era uma conquista certa. Agora, a partida de volta da decisão do Estadual contra o Atlético, no próximo domingo (8), às 16h, no Mineirão, vira uma obsessão.
O problema é que o rival entra em campo com 2 a 0 no placar, já que venceu a ida, no último domingo (1), no Independência, por 3 a 1. Com a paciência já não existindo por parte da torcida, como Mano percebeu, a perda do Campeonato Mineiro com certeza levará a crise de volta à Toca da Raposa II. E também o medo de que a carruagem tenha virado abóbora.

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