A partir de terça-feira, fase de grupos coloca frente a frente os fortes da Europa

Gláucio Castro - Hoje em Dia
14/09/2015 às 08:41.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:44
 (Arte)

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Os ingleses se orgulham de serem os inventores do futebol moderno. Mas os empolgados espanhóis parecem não estar nem aí para este fato histórico. Eles deixaram os integrantes da terra dos Beatles para trás e dão verdadeira goleada quando o assunto é Liga dos Campeões da Europa.   Só de 2000 até esta edição da Champions – competição que reúne alguns dos melhores e mais caros jogadores do mundo –, os espanhóis levantaram a taça sete vezes, contra três dos ingleses e italianos, duas dos alemães e uma dos portugueses. Para tentar quebrar esta hegemonia do país da paella e das touradas nos últimos 14 anos, 32 clubes, de 17 países, iniciam amanhã a fase de grupos da Liga, com oito partidas.   Juntos, Real Madrid (dez títulos) e Barcelona (cinco), na história da competição, iniciada na temporada 1955/56, soma 15 orelhudas, apelido carinhoso dado à famosa taça. Só os italianos conquistaram 12 títulos, com Milan (7), Internazionale (3) e Juventus (2).   Os inventores do futebol parecem estar dispostos a enfrentar os espanhóis. Afinal, foram os que mais investiram na última janela de transferência. Das dez contratações mais caras, sete foram feitas pelos ingleses.   Supremacia absoluta   Mas não é só no número de títulos que os espanhóis estão à frente dos adversários. Com cinco times classificados, a Espanha é o país com mais representantes nesta fase de grupos. Além dos sempre favoritos Barcelona e Real Madrid, Sevilla, Valência e Atlético de Madrid também estão na briga.   A supremacia dos espanhóis na Champions não para aí. Real Madrid e Barcelona são os clubes mais valiosos do planeta. Conforme dados do site internacional Transfermarkt, que enumera as contratações do futebol mundial, o elenco merengue, capitaneado por Cristiano Ronaldo, custa a bagatela de R$ 2,98 bilhões. Já os catalães, do argentino Messi, valem R$ 2,75 bilhões. Bayern de Munique e Chelsea vêm logo em seguida, com R$ 2,35 bilhões e R$ 2,2 bilhões, respectivamente.   CR7 já tem preço   Mesmo não vivendo seu melhor momento, Cristiano Ronaldo segue como maior esperança dos torcedores do Real. Além disso, desperta o desejo dos adversários. Na semana passada, surgiram boatos de que o PSG estaria interessado na contratação do gajo.   Presidente do Real Madrid, Florentino Pérez adiantou que a multa rescisória é de 1 bilhão de euros (cerca de R$ 4,2 bilhões)”.   Como está proibido pela Fifa de inscrever jogadores até 2016 por causa de irregularidades no registro de atletas, o Barcelona vem com o mesmo grupo da temporada passada, com Neymar, Messe e companhia. Pelo lado inglês, a soma das contratações inglesas somam 400 milhões de euros (cerca de R$ 1,8 bilhão). Só o meia De Bruyne, do Manchester City, custou 74 milhões de euros ( R$ 330 milhões).   Três novatos e clubes que participaram só uma vez da competição também batalham por título   Nem só de gigantes vive a fase de grupo da Liga dos Campeões. Esta temporada terá três novatos e outros três clubes que participaram apenas uma vez desta etapa da competição, considerando a era moderna do torneio, iniciada em 1992.   Para os torcedores do Astana, do longínquo Cazaquistão – tem parte do território dividido entre Ásia e Europa–, do Borússia Mönchengladbach (Alemanha) e do Gent (Bélgica), estreantes na disputa, ver o uniforme de seus clubes do coração desfilando pelos mais importantes gramados europeus é motivo de orgulho. Emoção que torcedores do Malmö ( Suécia), Wolfsburg (Alemanha) e Maccabi Tel Aviv (Israel) já experimentaram uma vez e repetem a dose em 2015/16.   Integrante do Grupo C e fundado em 2009, o Astana fez história ao se tornar o primeiro clube do Cazaquistão a disputar a fase de grupos da Liga dos Campeões. Para chegar até nessa posição, os cazaquitanezes despacharam o Apoel (Chipre), com a vitória de 1 a 0 no jogo de ida e empate por 1 a 1, no confronto da volta.   Quem não deve ter gostado nada da classificação do Astana são os jogadores, comissão técnica e torcedores do Atlético de Madrid e Benfica, também integrantes do Grupo C. É que eles serão obrigados a fazer longas viagens até o local da partida. Cerca de 6.800 quilômetros em linha reta separam Lisboa de Astana, capital e segunda maior cidade do Cazaquistão. Madri não é tão mais perto. Está a 6.200 quilômetros, percursos considerados bem longos para os padrões europeus, onde os países são pequenos e é possível se deslocar de uma capital a outra em pouco mais de 2 horas de trem. A estreia do Astana é amanhã contra o Benfica, em Portugal.   O Maccabi Tel Aviv, que divide o Grupo G com os ingleses do Chelsea, Dínâmo Kiev (Ucrânia) e Porto, de Portugal, é outro que vai forçar seus oponentes a irem longe para jogar. Londres e Porto estão cerca de 5 mil quilômetros em linha reta distantes de Israel. Por causa dos constantes conflitos locais, o time já foi obrigado a atuar em outro país, mas as partidas da fase de grupos estão confirmadas para o Bloomfield Stadium, em Tel Aviv, capital diplomática de Israel.   O primeiro desafio dos israelenses na competição promete ser difícil. Na quarta-feira, o time enfrenta o Chelsea, do ex-cruzeirense Ramires, em Londres, outro forte candidato ao título. O Dínamo será a primeira a visitar Tel Aviv, em partida válida pela segunda rodada, mas as dificuldades serão menores pelo fato de a Ucrânia estar no Leste Europeu, mais perto de Israel. (G.C.)

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