“A pena é ridícula”, critica vítima de bomba no clássico

Pedro Artur - Hoje em Dia
10/03/2015 às 08:06.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:17
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

O radialista Christian Mascary, 39, está revoltado com a punição ao torcedor que atirou uma bomba perto dele durante o clássico entre Cruzeiro e Atlético, no Mineirão, pela sexta rodada do Mineiro. Ele considera “ridícula” a pena ao infrator: suspensão dos estádios por quatro meses e obrigação de se apresentar ao Juizado Especial.    “Era para ser uma pena exemplar. Daqui a quatro meses, ele poderá jogar outra bomba, causando lesão ou até morte. E se tivesse morrido? Enquanto ele estaria de volta aos jogos, meus filhos jamais me teriam de volta”, criticou o profissional da Rádio Sucesso de Divinópolis, que até a última segunda-feira (9) ainda sentia dores no ouvido direito devido à explosão.   O radialista fará novo exame hoje para saber se poderá trabalhar no jogo entre Guarani x URT, nesta quarta-feira (11), em Patos de Minas.    O infrator Gladson Gonçalves da Silva foi julgado no domingo à noite no Juizado Especial Criminal e punido com a suspensão de quatro meses, como prevê o Estatuto do Torcedor.   Mas a pena poderá ser agravada, conforme o advogado, professor e mestre em direito desportivo Gustavo Lopes Pires de Souza. “O caso da bomba poderá resvalar para crimes previstos no Código Penal, como exposição ao perigo ou lesão corporal. Isso pode dar até cadeia”, afirma. Cabe ao Ministério Público, segundo ele, oferecer denúncia.   Para o chefe do Comando de Policiamento Especializado, coronel Ricardo Machado, as punições precisam ser mais severas. “As medidas têm que ser mais rígidas. Apesar de não ter antecedentes, o torcedor teve uma pena muito branda, na minha opinião”, alega o coronel, reconhecendo que o infrator nem sempre comparece ao Juizado Especial durante os jogos.    “Infelizmente, acontece de o cidadão não comparecer ao local acordado com o juiz. Não posso obrigá-lo a comparecer. Não é papel da polícia”, argumentou.   Processo   O procurador-geral do Tribunal de Justiça Desportiva mineiro, Leonardo Barbosa, analisa a súmula que relata a explosão durante o clássico. Nos próximos dias, ele decidirá pelo arquivamento ou abertura de um processo contra o Cruzeiro como mandante da partida.

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