Adilson vive repeteco na Toca e busca final diferente dos tempos de Vasco

Luciano Dias
@jornlucianodias
Publicado em 31/12/2019 às 07:32.Atualizado em 27/10/2021 às 02:08.
 (Bruno Haddad/Cruzeiro)
(Bruno Haddad/Cruzeiro)

Num momento em que a política toma conta do noticiário do clube, passa quase despercebido o fato de que em uma semana os jogadores do Cruzeiro estarão de volta das férias na Toca II. E aí entra em cena um personagem do projeto de reconstrução do clube que também encara o 2020 como um ano de renascimento. Ele é o treinador Adilson Batista, que está mantido no cargo, mas vem de trabalhos curtos num passado recente e não comandava um dos chamados grandes clubes há seis anos, sendo que este último trabalho tem muita semelhança com o que ele vive na Raposa neste momento.

Comandante cruzeirense apenas nas últimas três rodadas da Série A do ano passado, ele não conseguiu evitar o rebaixamento. As derrotas para Vasco (1 a 0), em São Januário; Grêmio (2 a 0), na Arena do Grêmio; e Palmeiras (2 a 0), no Mineirão, não podem ser colocadas em sua conta. Mas em uma semana ele passa a viver um desafio que já encarou, numa história bem parecida, há exatamente seis anos. E a expectativa é de que em 2020 o enredo seja diferente do vivido pelo treinador cruzeirense em São Januário, em 2014.

Adilson Batista treinador CruzeiroAdilson Batista será o responsável pelo projeto cruzeirense para 2020, ano em que o clube terá como objetivo maior garantir o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro

Na reta final do Brasileirão de 2013, Adilson Batista assumiu o Vasco para tentar salvar o clube da queda. Faltavam apenas sete rodadas para o término da Série A e apesar dos 60% de aproveitamento (3 vitórias, 2 empates e 2 derrotas) o Cruzmaltino caiu.

O treinador continuou em São Januário na temporada seguinte e fez todo o planejamento para a disputada da Série B pelo clube, que já tinha vivido essa experiência em 2009, pois caiu em 2008.

Antes da Segundona, Adilson comandou o Vasco no Campeonato Carioca. E o título esteve muito perto. O clube fez a final com o Flamengo, empatou o primeiro jogo por 1 a 1 e vencia o segundo por 1 a 0 até os 46 do segundo tempo, quando o rival chegou ao empate e à taça com um gol irregular do volante Márcio Araújo, que estava em posição de impedimento quando empurrou a bola para a rede vascaína.

Queda

Na Série B, que era a prioridade do Vasco no ano, assim como acontecerá agora em 2020 com o Cruzeiro, Adilson Batista trabalhou apenas no turno. Em 30 de agosto de 2014, após uma goleada por 5 a 0 para o Avaí, dentro de São Januário, resultado que revoltou a torcida e deixou a equipe na quinta colocação, portanto fora do grupo que garantia o acesso, mas isso após 19 rodadas, o treinador chegou a um acordo com a diretoria e saiu do clube.

Bancado por Pedro Lourenço, homem forte do futebol cruzeirense, o treinador terá a responsabilidade de enxugar o elenco, que terá cerca de 25 jogadores. Ele vai precisar ainda alterar a composição do grupo, pois os jogadores com altos salários não permanecerão na Toca da Raposa II, sendo esses dois fatos frutos da grave crise financeira vivida pelo Cruzeiro.

Semelhança

Uma semelhança grande com a experiência vascaína é a possibilidade de jogos com portões fechados ou longe de Belo Horizonte. Na última rodada da Série A de 2013, durante a goleada de 5 a 1 sofrida para o Athletico-PR, na Arena Joinville, as torcidas do Vasco e do Furacão se enfrentaram nas arquibancadas. O jogo ficou paralisado por 73 minutos por causa da pancadaria e um helicóptero desceu no gramado para o resgate de uma das vítimas da briga.

Por causa disso, o Vasco iniciou a Série B com uma pena imposta pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) de três jogos com portões fechados, que puderam ser disputados em São Januário, e mais três longe de casa (pelo menos a 100 quilômetros do Rio de Janeiro). Isso contribui para uma campanha irregular do clube carioca no turno.

Agora, com certeza Adilson Batista voltará a viver este problema comandando o Cruzeiro. Nos três últimos confrontos da Raposa como mandante aconteceram problemas no Mineirão, sendo que no jogo da queda, contra o Palmeiras, em 8 de dezembro, a partida foi encerrada por causa dos tumultos provocados pelos cruzeirenses, que arremessaram várias cadeiras no gramado.

O desafio cruzeirense é grande e o de Adilson Batista não é menor. E tudo o que torcedor espera é que clube e treinador possam renascer em 2020.

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