Aglomeração: há exatos 23 anos, Cruzeiro e Villa jogavam no Mineirão com 132.834 presentes

Alexandre Simões
@oalexsimoes
21/06/2020 às 19:45.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:50
 (Fotos/Osmar Ladeia)

(Fotos/Osmar Ladeia)

 “Nunca pensei nisso, mas se pudesse escolher um grande jogo que não fui, para ver de novo, seria este Cruzeiro e Villa Nova, por tudo o que ele representa para mim e também para o clube”. Esta afirmação é do advogado, jornalista e escritor Anderson Olivieri, um brasiliense de 36 anos, nascido e criado na Capital Federal, mas que não permitiu que a distância fosse barreira ao seu amor pelo Cruzeiro, sendo ele o maior autor de livros sobre o clube: são cinco no total.Fotos/Osmar LadeiaA torcida cruzeirense lotou o Mineirão na tarde de 22 de junho de 1997, na decisão do Campeonato Mineiro daquele ano contra o Villa Nova

O Cruzeiro e Villa a que Olivieri se refere é a partida de volta pela final do Campeonato Mineiro de 1997, disputada há exatos 23 anos, que ficou marcada pelo maior público presente da história do Mineirão. E que ele teve de acompanhar pelo rádio, pois não teve transmissão para Brasília.

Foram 132.834 torcedores no Gigante da Pampulha, num dia em que mulheres e crianças entraram de graça e eles somaram 52.950 pessoas.

Num momento em que tudo o que não se pode ter é aglomeração, por causa da pandemia pelo novo coronavírus, é dia de o cruzeirense recordar quando seu time jogou com um público que seria suficiente nos dias de hoje para encher o Mineirão duas vezes,  pois a capacidade do estádio após a reforma é de 62 mil pessoas.

Registro

Apesar de valer apenas mais um título mineiro, a final de 1997 entrou para a história cruzeirense pela façanha da China Azul. E virou uma marca tão forte, que em 2013, quando Anderson Olivieri foi escrever o livro 20 jogos eternos do Cruzeiro, escolha feita numa eleição que contou com a participação de torcedores ilustres, o Cruzeiro e Villa entrou. E para a alegria do autor.

A torcida do Villa Nova também compareceu em bom número ao Mineirão, pois o time jogava pelo empate para ser campeão mineiro de 1997

“Este jogo tem uma história pessoal bem bacana, porque eu tinha uma bandeira do Cruzeiro. Ela ficava pendurada em minha janela. Eu morava na Asa Sul, no sexto andar. Um dia ela caiu, fui tentar resgatar, mas não consegui. Após o Cruzeiro ser campeão, rasguei uma camisa da minha mãe, que era azul celeste, e escrevi Cruzeiro nela. Era dia de finais em outros estados, e desci enrolado nela. Em Brasília tem gente de todos os estados e a turma estava fazendo festa na quadra. Tinha 13 anos na época”, recorda o autor.

Presente

Se para quem estava a mais de 700 quilômetros de distância, como é o caso de Anderson Olivieri, aquele Cruzeiro e Villa é lembrado até hoje, imagina para quem estava não só no Mineirão, mas dentro de campo e ainda marcou o gol do título.

Em conversa com o Hoje em Dia, o centroavante Marcelo Ramos, que balançou a rede logo aos dez minutos, revela: “Maior público da história do Mineirão e o gol do título meu. Me marcou muito. Sou grato a Deus por isso. Me sinto muito honrado de, além de estar na história do Cruzeiro, estar também na do Mineirão”.
Suas lembranças daquele dia estão sempre relacionadas à multidão.

“Me deixa muito feliz o fato de ter marcado aquele gol que proporcionou alegria a tanta gente. Sei que todo mundo teve dificuldade para chegar ao estádio, pois até nós, no ônibus do clube tivemos. Era uma imagem impressionante do gramado. Um mar de gente”, recorda Marcelo Ramos.A decisão entre Cruzeiro e Villa Nova teve como moldura um MIneirão completamente lotado

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por