(Bruno Cantini)
"Acho muito chato essa coisa de vai, não vai". Assim, o técnico Levir Culpi ratificou na tarde desta sexta-feira (24), o que já havia dito na semana passada sobre a situação do meia Guilherme, no Atlético. Insatisfeito com a indefinição de Guilherme e seus agentes, que não sabem se o atleta fica ou deixa o clube, Culpi revelou à imprensa que teria uma conversa reservada com o jogador após a entrevista. “Não é questão de ser bom ou mau caráter. Imagina você (repórter) vir para o trabalho com proposta de outro lugar para ganhar três vezes mais", argumentou Levir. "Você pode fazer o seu trabalho bem feito, mas a cabeça estará na outra empresa. Você perde o foco. É chato uma situação assim não se definir”, completou. O jogador, por sua vez, contraria o treinador e afirma que não falta foco. Alegando estar bem fisicamente e precisando apenas de ritmo de jogo, o meia não está convencido com as palavras do comandante. “É muito pouco para uma justificativa. Se ele disser que o time titular está bem, é melhor do que falar que a minha cabeça não está aqui no clube”, defendeu-se. “A verdade é que, em cada época, eu vivi alguma situação diferente que me impedisse de jogar. Talvez na cabeça dele, ele tenha razão”, concluiu o camisa 17. Outro argumento utilizado por Levir Culpi é a viagem que Guilherme fez ao México durante a negociação com o Cruz Azul. Para o técnico, outros atletas entraram e fizeram por merecer a permanência na equipe. “A vida é uma coisa engraçada. Ele estava escalado para jogar, e no outro dia viajou. O Giovanni (Augusto) entrou e está jogando. Ele agarrou a oportunidade", avalia o técnico. "Todo mundo tem que ter humildade para reconhecer. É difícil fazer justiça com 35 jogadores. Não dá para agradar a todos, não tenho essa intenção. Gosto de jogar aberto”, concluiu Levir. Guilherme tem contrato até dezembro. Depois de ter sofrido uma lesão no fim de abril, ele está liberado pelo departamento médico desde 11 de maio. Porém, não foi escalado como titular nenhuma vez sequer no Brasileirão. Em 14 rodadas, o jogador foi acionado cinco vezes (2 vitórias, 2 derrotas e 1 empate), sempre saindo do banco no segundo tempo.