À medida que uma Olimpíada vai se aproximando, a expectativa normal é que os principais atletas do planeta confirmem presença na disputa pelas medalhas mais cobiçadas do esporte mundial. Às vésperas da Rio 2016, porém, um incômodo inimigo está repelindo as estrelas e tirando o sono dos organizadores. Trata-se do zika vírus, que nos últimos dias voltou a afastar nomes importantes da competição.
Nesta terça-feira (28), o golfista australiano Jason Day, atual número 1 do ranking mundial, anunciou que não irá competir nos Jogos devido ao risco de contaminação pela doença. Ele é o quinto esportista da modalidade que cita o vírus como motivo para não viajar ao Rio de Janeiro.
Além de Day e do irlandês Rory McIlroy (número 4 do ranking), o fijiano Vijay Singh, o australiano Marc Leishman e o norte-irlandês Graeme McDowell (que ficaria com a vaga de McIlroy) apresentaram a mesma justificativa para pedir dispensa.
Outra importante baixa confirmada vem dos Estados Unidos. O veterano ciclista Tejay Van Garderen também desistiu da competição no Brasil, devido aos riscos para a esposa grávida e o bebê em formação. Garderen já havia competido, em Londres (2012) e é um dos principais nomes do ciclismo de estrada.
Mudança de planos
Por outro lado, alguns atletas que haviam cogitado desistir dos Jogos por medo do vírus já mudaram de ideia e confirmaram a participação.
No tênis, o escocês Andy Murray (terceiro colocado no ranking da ATP e semifinalista do Grand Slam de Roland Garros) reconsiderou a decisão e tentará defender o título conquistado em Londres. Já a norte-americana Serena Williams (número 1 do ranking da WTA) garantiu a ida ao Rio e afirmou que o risco de contágio não seria motivo para uma desistência.
Outro que também havia colocado em xeque a participação nos Jogos foi o pivô espanhol Pau Gasol. Após estudar a possibilidade de não disputar a Olimpíada, o astro da NBA decidiu que irá ao Rio com a seleção espanhola de basquete para tentar desbancar os sempre favoritos Estados Unidos.
SERENA WILLIAMS - Líder do ranking mundial reconsiderou desistência e garantiu ida ao Rio
Prevenção
A polêmica a respeito do evento, disputado entre os dias 5 e 21 de agosto, vem crescendo no exterior à medida em que se descobre mais sobre o Zika. O vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti pode causar sequelas em bebês, e foi ligado à doença neurológica conhecida como Síndrome de Guillain-Barré em adultos.
Mesmo assim, na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliou que os Jogos não precisariam ser adiados nem transferidos, por haver "um risco muito baixo" de disseminação. O Comitê Olímpico Internacional (COI) ressaltou ainda que todas as medidas contra a contaminação estão sendo tomadas e que não vê justificativa para um cancelamento do evento.
Dispensas, doping e boicote
Outros problemas que têm tirado atletas da Olimpíada são os recorrentes casos de doping e os pedidos de dispensa sem qualquer com o risco de contaminação pelo zika.
Grandes nomes da NBA estarão entre as ausências mais sentidas. Alegando cansaço após o fim da temporada, entre outros motivos pessoais, os astros LeBron James, Stephen Curry, James Hardem, Kawhi Leonard, Russell Westbrook, LaMarcus Aldridge, Anthony Davis, Chris Paul, Blake Griffin e John Wall não irão representar o melhor basquete do mundo no Brasil.
Já os casos de doping levaram à suspensão de atletas como a tenista russa Maria Sharapova e toda a equipe russa de atletismo, o que inclui a tricampeã olímpica no salto com vara Yelena Isinbayeva.
Após decisão da Federação Internacional das Associações de Atletismo (Iaaf) de suspender o atletismo russo, atletas que não foram flagrados nos testes, como Isinbayeva, poderiam disputar dos Jogos sob a bandeira do COI. Tal possibilidade, porém, foi recusada pela atleta. A ausência só não está 100% confirmada porque ela já anunciou que levará o caso à Justiça.
YELENA ISINBAYEVA - Tricampeã russa prometeu brigar contra suspensão na Justiça