Além do amor e ódio, inveja também marca relação de Atlético e Cruzeiro

Clarissa Carvalhaes e Alexandre Simões
ccarvalhaes@hojeemdia.com.br e asimoes@hojeemdia.com.br
16/04/2016 às 22:19.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:59
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Atleticanos e cruzeirenses que nos perdoem, mas a rivalidade entre os dois clubes nasceu sob a hegemonia do América. Naquele 17 de abril de 1921 em que Atlético e o então Palestra Itália se enfrentaram pela primeira vez, os olhares de público e crítica esportiva no estádio do Prado Mineiro se voltavam essencialmente para o duelo entre Coelho e Luzitano – time fundado à época por uma colônia portuguesa.

 Organizada pela Associação Mineira dos Cronistas Esportivos (1919), a partida entre Atlético e o Cruzeiro foi preliminar do jogo do Coelho e disputada em troca de uma medalha de ouro. No jogo que terminou com a vitória de3 a 0 da Raposa sobre Galo pouco se repercutiu nos dias seguintes, mas esses eram outros tempos.

 Inimigo íntimo

Passados 95 anos desde o primeiro clássico é notória a rivalidade entre os dois principais clubes de Minas Gerais na atualidade – como se desde a própria gênese, eles tivessem recebido a missão de disputar o mesmo terreiro.

 Professor de Letras e autor de diversos trabalhos sobre o imaginário e a cultura do futebol, Marcelino Rodrigues explica que a rivalidade entre Atlético e Cruzeiro “se faz presente nas publicações sobre os clubes imposta pela necessidade de negar e, ao mesmo tempo, admitir a grandeza do outro para melhor enaltecer as suas próprias conquistas”.

 Segundo o pesquisador, se de um lado o Atlético é amplamente reconhecido como um clube com personalidade passional, aguerrida e uma torcida fiel e apaixonada; do outro, o Cruzeiro cristalizou-se na mitologia do signo da astúcia, com capacidade ímpar de acumular trunfos e ter uma torcida implacável e exigente. 

 “Enquanto o Atlético inveja a racionalidade e a astúcia cruzeirense, o Cruzeiro tem ciúmes da paixão e da fidelidade da torcida atleticana. À possessão da Galoucura, encarnando a paixão atleticana, o Cruzeiro opõe a organização e a diligência de sua Máfia Azul. Na administração dos clubes, o Galo tem uma mentalidade quase populista, depende de um líder carismático como Alexandre Kalil. Enquanto isso, o time celeste vive os benefícios de uma sequência de boas administrações, encabeçadas pelos irmãos Perrella, verdadeiras raposas quando se fala em negócios”, completa.

 No entanto, a maior prova da histórica rivalidade entre Atlético e Cruzeiro é o fato de que cada clube tem uma estatística para o confronto, fruto de critérios diferentes na avaliação de quais jogos devem ou não ser considerados oficiais no retrospecto do clássico. Confira os números dos rivais:

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