(André Brant)
“Estamos com tanta vontade de conseguir o acesso que eu não vejo a hora de acontecer o próximo jogo”. A ansiedade aflorada do técnico do América, Givanildo Oliveira, para o duelo contra o Paysandu, na próxima terça-feira, às 19h30, misturou-se à frustração por não poder estar presente ao Independência para comandar o time.
Expulso pelo árbitro Elmo Resende na vitória por 2 a 1 contra o Boa Esporte, na última terça-feira, Givanildo terá de cumprir suspensão automática e, por isso, assistirá de casa ao confronto entre Coelho e Papão, que brigam pelo acesso à elite do futebol nacional. Ele será substituído pelo auxiliar Cláudio Prates.
“São 33 anos como treinador e apenas uma expulsão, no início da carreira. É difícil você aceitar, mas como sempre eles (árbitros) mandam, fazem o que querem e, infelizmente, eu fui expulso”, comentou o treinador. “É uma coisa que eu tenho o maior cuidado, para não estar em arquibancada, para não ficar fora”, acrescentou
A situação do treinador do América pode se agravar, caso a Procuradoria-Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ofereça denúncia contra ele. Caso aconteça, Givanildo corre o risco de pegar um gancho maior.
Sucesso
Apesar da distância na tabela – O América é o vice-líder com 57 pontos e o Paysandu o sétimo, com 49 –, as duas equipes têm em comum a identificação com Givanildo.
Para se ter ideia, o treinador entrou para a história do Papão do Curuzu por classificar a equipe para a Copa Libertadores de 2003, ao conquistar a Copa dos Campeões no ano anterior. Além disso, ele foi pentacampeão estadual pelo clube paraense e leva no currículo o título da Série B do Campeonato Brasileiro de 2001.
Pelo Coelho, Giva conseguiu dois acessos para a elite nacional, em 1997 e 2001, sendo o primeiro após conquistar a Segundona, e levantou também o caneco da Série C em 2009.
A identificação com os dois clubes é tão grande que foram sete passagens pelo paraense e outras quatro pelo mineiro.
Se depender dos números, o torcedor do América pode se animar. De acordo com o departamento de matemática da UFMG, a equipe que atingir 63 pontos tem 93% de chances de terminar a Série B no G-4.
Outro fato que favorece os mineiros é a atuação como mandante. Até o momento, o clube tem a terceira melhor campanha. Foram 12 vitórias, um empate e três derrotas. Dos cinco jogos restantes, serão três no Independência.