América, um grande celeiro de ídolos e craques

Álvaro Castro - Hoje em Dia
29/04/2013 às 22:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:16

Um dos grandes formadores de craques do futebol brasileiro. Este foi durante anos o perfil do América, clube que revelou inúmeros jogadores de qualidade inquestionável para o mais brasileiro dos esportes. Responsável por entregar ao mundo diversas promessas e dezenas de realidades, o Coelho segue o trabalho pensando na formação de ídolos para o presente e o futuro, sem deixar para trás os grandes nomes do passado.

Euller, Celso, Ílton Chaves, Tostão, Boiadeiro, Irênio, Milagres, Tupãzinho, Fred, Gilberto Silva, Palhinha, Tucho, Wagner, Amarelinho, Juca Show, Jair Bala... A lista de grandes jogadores formados ou que tiveram a honra de vestir o sagrado manto alviverde é imensa. Um dos mais importantes times do Brasil, o mais querido de todos os mineiros (já que todo cruzeirense e atleticano no fundo tem um "quê" de americano) tem em sua história diversos jogadores fundamentais que se confundem com a história de glórias do futebol canarinho.

Mesmo sem ganhar um grande título desde 1997, ano de sua maior conquista, o título brasileiro da Série B, o Coelho nunca parou de ter grandes jogadores vestindo sua camisa e muito menos de revelar grandes atletas. Recentemente, Danilo foi um dos maiores expoentes que deixou as "canteiras" do Coelho para brilhar no Velho Continente. Atualmente no Porto, foi ostentando a camisa alviverde que o lateral/volante de passes precisos e arremates certeiros foi apresentado ao mundo. Além dele, outros tantos saíram de Belo Horizonte para brilhar com grandes camisas. Gilberto Silva e Fred apenas para citar outros nomes recentes. Palhinha antes deles.

Um dos mais expressivos, é o filho do vento. Atualmente aposentado, Euller começou sua caminhada no Coelho antes de se consagrar com grandes camisas, como as do Palmeiras, Atlético e Vasco. Coube ao ilustre americano, no entanto, voltar ao clube em um dos momentos mais difíceis de sua história. Ele retornou ao time que o formou para tirar a equipe da segunda divisão estadual e levá-la, não somente à elite estadual, mas também a desfilar sua camisa na Série A.

Euller estava presente no elenco que levou o Coelho à primeira divisão, após ser fundamental na conquista da Série C de 2009, título que abriu as portas para um ensaio de retorno aos bons e velhos tempos. "Realmente cheguei ao América em um momento delicado. O clube chegou a disputar apenas uma competição no ano, o Mineiro, e foi um período muito difícil do ponto de vista financeiro", contou o atleta.

"A intenção sempre foi ajudar a reerguer o clube". Nesse contexto, explica Euller, a união dos presidentes ajudou muito na ascenção do clube. Outro ponto importante, foi o retorno de grandes ídolos que voltaram a vestir a camisa do Coelho, como Irênio, Wellington Paulo, ou que ajudaram nos bastidores, como Dênis.

A mesma opinião tem o saudoso Amarelinho, um dos fundadores da Associação de ex-Atletas do América, uma das poucas do tipo no país. Jogador das décadas de 50 e 60, Waldyr Antonio de Léllis, de 72 anos, explica que o time começa a se voltar para sua origem de formador de grandes jogadores. "O América andou fazendo contratações que não condizem com o clube. Contudo, estamos projetando um grande investimento nas categorias de base, pensando já nos próximos 100 anos", analisou.

Amarelinho conta que a associação nasceu em 2001, para tentar unir os antigos craques em torno do clube. "Nós nos encontrávamos apenas nos velórios, precisávamos estar mais unidos, em momentos de alegria também", contou. Segundo ele, a intenção é dar sustentação financeira e psicológica aos jogadores, auxiliar em momentos de doença e também divulgar o nome do América, além de unir pessoas que se importam e gostam do clube. "Na opinião dos ex-atletas, não basta ser bom jogador para vestir a camisa do Coelho, tem que ser também bom de jogo", alfineta.

Um dos jogadores símbolo do ressurgimento do América para o futebol nacional, Euller conta que, por enquanto, se aproxima do time apenas indo ao estádio, acompanhando os jogos. No momento, ele se prepara para ser treinador, estudando, fazendo cursos e estágios. Contudo, garante que até 2015 pretende apenas ficar em casa curtindo a família.

Já Amarelinho está mais próximo "Quando a sede do América mudar para o shopping, teremos uma sala lá", contou. "O América precisa de uma mudança radical. Não de nomes, mas sim de postura e atitute", concluiu o muito sensato ex-craque. Em que posição você jogava, perguntei. "Jogava de centro-médio (algo parecido com o volante de hoje em dia, explicou). Mas já atuei como lateral, armador, ponta direito. Quem tem talento joga em qualquer lugar", finalizou com muito bom humor.

A esperança? É que os jovens valores que o clube segue revelando possam ajudar a trazer, não somente os títulos, mas também a torcida. "No último jogo tivemos apenas 280 pessoas, precisamos renovar", analisou.

Mesmo que com glórias um tanto distantes, é com muita alegria e com a memória repleta de glórias que parabenizo o América pelos seus 101 anos. E que venham muitos centenários mais!

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