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Não foi desta vez que o América garantiu o acesso para a Série A do Brasileirão. Após ser punido por escalar irregularmente o lateral esquerdo Eduardo e perder seis pontos (que garantiriam o time na elite), a equipe mineira pleiteava o retorno à principal divisão nacional através de uma possível punição ao Icasa. O Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) votou pela prescrição da ação contra o time cearense, mantendo, assim, a tabela inalterada. Com isso, o Avaí-SC segue entre as quatro equipes que garantiram o acesso. O STJD levou em consideração o fato da CBF não ter denunciado o Icasa no prazo de 60 dias
Dirigentes do América estiveram na sede do STJD na manhã desta quinta-feira (18) para acompanhar o julgamento do Icasa, excluído da Série B por ter entrado na justiça comum contra a CBF. O time cearense entrou em campo por força de liminar.
A comitiva foi formada por Marcos Salum, um dos presidentes do clube, o advogado Henrique Saliba, e o superintendente de futebol Alexandre Faria. Castellar Neto, presidente da Federação Mineira de Futebol e o advogado Flávio Drummond também estiveram presentes.
"Respeito a qualidade técnica e a seriedade de todas pessoas que estão aqui, mas como no direito eles fazem certo da forma que eles entendem acharam uma solução. Eu não tenho condição de dizer (se o América irá à justiça comum). O que eu disse é que se o Icasa não fosse punido nos daria o direito de entrar na justiça comum. Acharam essa porta da prescrição e o América já esgotou todas as instâncias esportivas. Em janeiro a nova diretoria decidirá o que fazer", analisou o presidente Marcos Salum.
Deixando o comando do Coelho neste final de ano, Salum afirmou que os ocorridos em 2014 foram fundamentais para seu afastamento do futebol. O Coelho foi punido pelo uso do jogador Eduardo de forma irregular. O dirigente citou o caso do Corinthians, que foi julgado e absolvido pela escalação do meia Petros, que estaria com o contrato irregular na Série A. O Time paulista foi absolvido. Caso o América não tivesse perdido os pontos, teria terminado a competição com 67 pontos, na terceira colocação.
"Não teve resultado. O direito permite que se caminhe por portas para evitar o risco. Dois auditores entenderam que não havia prescrito, mas caso houvesse decisão mexeria na pontuação do Icasa. Lamento muito, um dos motivos pelo qual não me reelegi é esse. Estou muito triste porque o Corinthians estava com jogador irregular e não perdeu os pontos e nós perdemos. Quem subiu no campo foi o América. Enquanto a política pesar nos julgamentos, prefiro cuidar da minha vida", concluiu.
Entenda o caso
América e Avaí estavam diretamente interessados no resultado do julgamento do Icasa, que foi excluído da Série B em primeira instância por ter entrado na Justiça Comum contra a CBF. Das três opções possíveis de punição do Pleno do STJD, duas beneficiavam o Coelho.
Em uma delas, o Pleno poderia optar por anular os placares do Icasa no certame. Assim, o América, que apenas empatou uma vez com os cearenses, perderia um ponto na tabela, mas subiria uma posição, uma vez que o Avaí, quarto colocado, venceu as duas partidas, e ficaria com 56 pontos, descendo para o sétimo degrau na classificação.
O mesmo ocorreria em caso de W.O. Assim, o América ganharia cinco pontos e subiria para 66, ultrapassando o Avaí, que permaneceria com 62. O Leão da Ilha somente ficaria com a vaga para a Série A caso o Pleno optasse por punir o Icasa com multa e outras sanções.