Análise: ‘Sóbisdependência’, repertório pobre e falta de ousadia impedem arrancada do Cruzeiro

Lucas Borges
@lucaslborges91
23/12/2020 às 13:53.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:23
 (Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

(Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

A derrota de virada por 2 a 1 para a Ponte Preta, nessa terça-feira (22), no estádio Moisés Lucarelli, foi (mais uma vez) um balde de água fria nas pretensões do Cruzeiro de iniciar uma arrancada rumo ao G-4 da Série B. Mesmo saindo na frente do placar, a Raposa voltou a apresentar os mesmos problemas de outros recentes jogos no campeonato.

A falta ousadia, de apetite para ampliar o marcador e encaminhar o triunfo, puniu o time celeste, que se encolheu no campo defensivo, vendo a Ponte, mesmo com sete desfalques, pressionar até conseguir a virada.

O cenário havia se repetido em outros duelos, especialmente diante do Avaí, na última sexta-feira, em que sofreu o empate nos acréscimos, e até mesmo contra o Vitória, há quatro rodadas.

Contra o Rubro-Negro, a equipe estrelada marcou um gol no fim do primeiro tempo e, mesmo com um jogador a mais, pouco se arriscou na etapa final, optando em claramente segurar a vantagem. Naquela oportunidade, o sistema defensivo celeste foi preponderante e o time conseguiu segurar o placar.

Posto isso, mesmo sabendo que a missão de entrar no grupo dos quatro primeiros era difícil, pela alta pontuação que a Raposa teria que conquistar até o fim do Brasileiro, os resultados dos concorrentes pelo acesso, que também apresentam certa oscilação, ajudaram.

Entretanto, os seis pontos conquistados, nos últimos 15 disputados, deixam um amargo sentimento no cruzeirense de que a tarefa de se aproximar dos primeiros colocados era árdua, mas possível.

“Sóbisdependência”

No confronto com a Macaca, o time comandado pelo técnico Felipão não pôde contar com Fábio e Rafael Sóbis, dois pilares da equipe celeste, que cumpriram suspensão pelo terceiro cartão amarelo. Dois desfalques sentidos no confronto em Campinas. 

Além da falha de Lucas França no segundo gol da Ponte, a ausência de Sóbis foi preponderante para o revés no Moisés Lucarelli, em razão da baixa produção do setor ofensivo da Raposa, que sofre com a falta de criatividade desde o inicio do campeonato.

Mesmo com as dificuldades no ataque, a Raposa vinha contando com a boa fase do experiente atacante, principal articulador das jogadas, artilheiro do time na competição, além de ser a peça que dita o ritmo do time no campo ofensivo.

Novamente com o esquema com três volantes, desfeito apenas após a virada da Ponte (aos 25 minutos do segundo tempo), e com uma noite pouco inspirada do trio de atacantes, a Raposa pouco ameaçou a meta da Macaca.

A entrada de Giovanni Piccolomo nos minutos finais, deu um pouco mais de força ao ataque celeste, mas não o suficiente para criar chances claras de empatar o duelo.

Novamente, o Cruzeiro teve sucesso apenas na bola parada, uma das principais virtudes da equipe de Felipão, mas que muitas vezes é pouco para conseguir construir e manter a vantagem no placar durante os jogos.

Classificação

Com a derrota em Campinas, a Raposa perdeu a chance de reduzir a diferença do G-4 para seis pontos, mantendo a distância em nove, restando sete jogos para o fim do torneio.

Com 40 pontos, o Cruzeiro caiu para a 11ª colocação na tabela, e vai perder pelo menos mais uma posição na tabela, após o confronto entre Brasil-RS (40 pontos) e Confiança (39 pontos), que será disputado na próxima segunda (28), às 17h, em Pelotas.

No dia seguinte, a equipe comandada pelo técnico Felipão vai encarar o Cuiabá, no Independência, já pela 32ª rodada.

Com o pobre repertório ofensivo, e principalmente pela postura apresentada em campo nos últimos jogos, o Cruzeiro deixa claro que o foco realmente é aquele estipulado por Luiz Felipe Scolari desde o início de sua segunda passagem pela Toca da Raposa II: se livrar do rebaixamento para a Série C.  

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