(Reprodução Twitter)
Esqueça Neymar, Roberto Firmino ou Gabriel Jesus. Hoje a corrida pelo tradicional prêmio Chuteira de Ouro, dado para o principal artilheiro das ligas nacionais europeias, é liderada por outro brasileiro: Liliu. Depois de deixar o Brasil muito cedo e fazer carreira em mercados "alternativos", o atacante vive a sua melhor fase no Nomme Kalju, da Estônia, pelo qual já marcou 30 vezes em 27 partidas.
Apesar de empolgado com os números, Ellington Antonio Costa Morais, o Liliu, sabe que é muito difícil manter o posto pela forma como a pontuação para o prêmio é feita. Gols marcados por jogadores das cinco ligas mais bem ranqueadas na Uefa têm peso dois. Campeonatos entre 6.º e 21.º lugar valem 1,5; já ligas menores têm valor unitário, caso da Estônia.
"Momentaneamente é muito legal o que vem acontecendo. Mas eu sei que a pontuação é diferente dos outros campeonatos na Europa. Também é difícil manter porque já estamos no fim da temporada dos países nórdicos (calendário igual ao do Brasil) enquanto os outros campeonatos vão até maio", explicou o jogador. "O importante é que estou podendo ajudar meu time. Nossa primeira meta é ser campeão e se eu continuar fazendo gol assim, melhor ainda".
Esse objetivo está próximo. Líder do campeonato estoniano com 79 pontos, o Mittetulundusühing Nõmme Kalju Football Club, nome completo da equipe, tem quatro pontos de vantagem para o segundo colocado, o FCI Levadia.
O Brasil não ganha o prêmio desde 2001/2002, quando Jardel, então no Sporting Lisboa, fez 42 gols. O atacante também foi o maior goleador da temporada 1998/1999 pelo Porto, com 36 gols. Ronaldo Fenômeno conseguiu o feito em 1996/1997 pelo Barcelona, ao marcar 34 vezes.
VIAJANTE DA BOLA - O sucesso na primeira temporada na Estônia faz Liliu pensar no próximo passo na carreira. Talvez ir para uma liga mais forte e continuar a sua aventura no mundo do futebol, que já teve paradas por Bélgica, Kuwait, Chipre, Israel e Malta. "Claro que todos sonham em jogar nos grandes centros como Inglaterra, Espanha, Itália e também seria meu Top 3. Mas um lugar que me agrada, pelo modo de jogo, é a Holanda".
Nascido em Bauru (SP), o atacante de 28 anos teve formação no futebol no interior de São Paulo. "Eu morava em Porto Feliz, no centro de treinamento do antigo Desportivo Brasil. Era dezembro... verão, calor, acostumado com outra realidade e dois dias depois estava na Bélgica. Menos 10 graus e sem falar outro idioma. No começo foi muito difícil".
O começo foi facilitado graças aos amigos que fez. "Tive a sorte de ter um colombiano e um peruano no time. Isso ajudou muito para me comunicar. Outra coisa é que as pessoas são muito educadas, te cumprimentam e querem saber como você está", revelou.
Um fator que também facilitou a adaptação do artilheiro aos diversos lugares onde jogou é a culinária. "Não tenho frescura em relação a comida e hoje em dia todos os lugares oferecem de tudo. Tem restaurante italiano em qualquer lugar. Aqui, por exemplo, tem um restaurante argentino. Acho que tudo que queremos comer encontramos em qualquer lugar", disse o "bom de garfo" Liliu.