Angélica Kvieczynski quer ser o nome do Brasil na ginástica rítmica em 2016

Estadão Conteúdo
30/01/2015 às 09:30.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:50
 (Ricardo Bufolin)

(Ricardo Bufolin)

Angélica Kvieczynski (o sobrenome de origem polonesa soa como "Viechinsqui") quer ser o nome do Brasil na disputa individual da ginástica rítmica, modalidade relativamente recente no programa olímpico e pouco divulgada por aqui. O País já tem um lugar garantido, por ser sede dos Jogos de 2016, mas a paranaense de Toledo não quer depender da indicação da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) para competir na Olimpíada pela primeira vez. Por isso, espera ficar entre as 20 melhores do mundo, no Mundial de Stuttgart, em setembro, e cravar seu nome na história.

Na ginástica rítmica individual, a atleta se apresenta nos quatro aparelhos: arco (que parece um bambolê), bola, maças (são duas, semelhantes a balizas, ou pinos de boliche) e a fita. A somatória de todas as notas dá a classificação geral. Para buscar sua meta, Angélica e a técnica Anita Klemann criaram novas séries. De um clássico da música francesa ("La Vie en Rose", no arco) a uma mistura de ritmos nacionais em versão exclusiva da música "A Brasileira", do Grupo Tradição (ex-banda do cantor Michel Teló), Angélica faz caras e bocas em performances que vão do drama ao samba.

"Eu gosto sempre de ter uma música brasileira nas competições porque as pessoas lá fora adoram. Sempre chama muito a atenção na hora da disputa", explica. "Minhas séries foram todas mudadas e estão mais difíceis. Melhorei as dificuldades corporais, tudo o que pode ajudar a nota a subir um pouquinho mais."

Chegar ao top 20 não será fácil. A melhor classificação de Angélica em um Mundial foi o 33º lugar em 2013, no torneio disputado em Kiev, na Ucrânia.

A competição do ano passado, em Izmir (Turquia), poderia dar um termômetro maior da evolução da ginasta. Mas um erro da CBG, que não inscreveu a atleta nas provas de maças e fita, acabou por fazer Angélica competir em apenas dois aparelhos. Sua classificação, com apenas metade das notas, não reflete seu real estágio: ficou apenas em 112º lugar.

O baque já ficou no passado, garante a atleta. "Esse ano é que é importante, tem o Pan e o Pré-Olímpico, e nem penso mais nisso. Claro que, inicialmente, eu fiquei um pouco triste, treinei o ano inteiro para uma competição, mas não tem que pensar mais nisso. Acho que nenhum erro vai acontecer agora e tenho certeza de que a atenção (da CBG) vai ser redobrada."

Antes do Mundial, Angélica disputará uma série de torneios na Europa - o primeiro é o Grand Prix de Moscou, na metade de fevereiro. Também terá, em julho, os Jogos Pan-Americanos de Toronto. A competição é especial para a brasileira, que se tornou queridinha da torcida há quatro anos, em Guadalajara. No México, ela teve a melhor campanha do País no individual, ao conquistar quatro medalhas (uma prata e três bronzes - só não foi ao pódio na fita). "Quero ir melhor do que em Guadalajara, conseguir mais medalhas, e quem sabe um ouro, que seria muito importante para mim e para o Brasil. Eu acho que é possível."

A ginástica rítmica, que chegou ao Brasil na década de 1950, estreou na Olimpíada nos Jogos de 1984, em Los Angeles. Nesta primeira edição, apenas com disputas individuais, o País foi representado por Rosane Favilla, que ficou na 24.ª posição. Em Barcelona/1992, a segunda e última representante na competição individual foi Marta Cristina Schonhorst, 41.ª colocada. A equipe brasileira de conjunto foi a três edições olímpicas seguidas - Sydney/2000, Atenas/2004 e Pequim/2008, não tendo se classificado aos Jogos de Londres, em 2012. Ou seja: em 2016, o Brasil terá pela primeira vez a participação completa, com uma representante no individual e o conjunto.

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