Após frustração na Europa, Vinícius Araújo reencontra técnico que o revelou

Alberto Ribeiro - Hoje em Dia
08/08/2015 às 08:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:16
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Em 12 anos de carreira como técnico, cinco deles nas categorias de base, Marcelo Oliveira trabalhou com centenas de jovens jogadores, observando o talento – ou a falta dele – na juventude do futebol brasileiro. Entre as promessas lapidadas pelo agora treinador do Palmeiras está Vinícius Araújo. Em busca de um recomeço no Cruzeiro, o atacante de 22 anos tem um reencontro marcado com o antigo professor neste domingo (9), no Mineirão, a partir das 16h.

“Vai ser muito gratificante me reencontrar com o Marcelo, que me deu a primeira oportunidade no profissional. Tenho um carinho enorme por ele, por tudo que ele me proporcionou e ensinou. Mas vou defender as cores do Cruzeiro. E quem sabe com um gol. Depois do jogo eu vou lá dar um abraço nele”, avisa o jogador, em entrevista ao Hoje em Dia.

O apreço pelo antigo treinador não é exagerado. Com Marcelo, o atacante se transformou em peça bastante útil no time campeão brasileiro em 2013 e chamou atenção no cenário nacional. Foram sete gols marcados em 16 jogos na histórica campanha, 11 como titular. Em toda a temporada, estufou as redes 11 vezes em 27 partidas.

Foi o suficiente para despertar o interesse do futebol europeu. Com status de grande promessa, Vinícius seguiria rumo à Espanha, no início de 2014, para defender o Valencia. No Velho Continente, porém, o desempenho foi oscilante.

Em meio a uma turbulência administrativa no clube, Vinícius teve dificuldades para se firmar no grupo, com apenas seis partidas e nenhum gol marcado. “Um mês depois que fui contratado pelo Valência, trocaram toda a diretoria. Isso influenciou muito. Não era o que eu tinha planejado, e acabou ofuscando meu projeto no clube. Não fui titular em nenhum jogo e não tive muitas oportunidades”, revela.

Em busca de mais oportunidades, acabou emprestado ao Standard Liège, da Bélgica, em agosto. Mas a história se repetiu: 16 partidas jogadas e um único gol. “A passagem pela Europa foi um amadurecimento. Uma cultura diferente, uma forma de jogar diferente. Taticamente, principalmente. Mas a gente aprende muito nas derrotas. É claro que gostaria de ter jogado mais, mas faz parte do futebol”, conclui.

 

Titularidade, primeiro gol e Olimpíada: um objetivo de cada vez

 

REVELAÇÃO – Atacante foi promovido ao time do Cruzeiro em 2003, por Marcelo Oliveira (foto: Washington Alves/VIPCOMM – 26/7/2013)

 

A decepção na Europa já é página virada, garante Vinícius Araújo. De volta à Raposa, ele busca reencontrar a alegria e o bom futebol. Desde o retorno, o atacante já participou de três partidas, duas delas como titular. Motivos mais do que suficientes para comemorar. “Aqui eu reencontrei minha casa”, diz.

Embora ainda não tenha balançado as redes, Vinícius transformou-se em peça importante no esquema do técnico Vanderlei Luxemburgo, barrando nomes como o do experiente Leandro Damião, artilheiro do time estrelado na temporada com 15 gols.

“Eu sempre trabalho pensando alto. Quero ser importante para a equipe e estar sempre preparado para que as coisas aconteçam. O Cruzeiro tem grandes jogadores, tem o Leandro Damião, que é um artilheiro, com passagens pela Seleção Brasileira. É um jogador que eu respeito muito. Mas aqui existe uma disputa sadia, e quem tem a ganhar com isso é o Cruzeiro”, avalia o garoto.

A expectativa agora é pela primeiro gol desde o retorno ao clube celeste. Mas ser o “nome do jogo”, ressalta ele, não é uma prioridade. “Ansiedade em marcar um gol é normal, mas não pode atrapalhar. Acho que a vontade de voltar a balançar a rede é até algo bom, porque me estimula a trabalhar mais. Mas tenho certeza que o gol vai sair na hora certa. E, se não sair, espero contribuir com uma assistência. Tenho certeza que, se eu fizer as coisas certas, o gol vai acontecer”, destaca Vinícius.

O sonho de alavancar novamente a carreira no Cruzeiro é grande, e um dos objetivos é ser convocado para os Jogos Olímpicos de 2016. “Desde 2013, estou figurando nas seleções de base do Brasil. Tenho um sonho enorme de disputar essa Olimpíada. Imagina ainda conquistando essa inédita medalha de ouro. Tenho a certeza de que o pessoal da CBF vai dar muita ênfase para essa conquista. É um sonho, mas, para conseguir isso, tenho que trabalhar dobrado aqui no Cruzeiro. Vou buscar essa vaga”, promete.

Antes, porém, ele acredita que é possível dar alegrias à China Azul ainda em 2015. “Hoje, pela colocação que a gente está no Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil é a nossa prioridade. Até pelo fato de também de dar vaga na Libertadores. É uma competição importantíssima, e vamos focar nela, sem esquecer, é claro, do Brasileirão”.

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