Pouca gente sabe que, após uma luta no UFC, todos os lutadores recebem uma suspensão automática, para que seu corpo e mente se recuperem dos desgastes sofridos tanto na preparação para a luta como também, principalmente, dos danos sofridos no combate. É exatamente neste tempo de ‘folga’ que os lutadores aproveitam para descansar de verdade e, claro, sair da rigorosa rotina.

Como recebeu 14 dias (suspensão mínima) após derrotar o carioca Bruno Korea, no último dia 7, com um triângulo de mão no terceiro round, em sua estreia no UFC, o belo-horizontino Matheus Nicolau só chegou à capital na quinta-feira da semana passada. Até domingo, ele aproveitará para relaxar ao lado da mãe e dos amigos, em sua casa, no bairro Grajaú, região Oeste de BH.

“É uma sensação de dever cumprido indescritível, depois de ficar vários meses longe, me preparando para a luta, fazendo uma dieta rigorosa e treinando praticamente o dia inteiro. Finalmente estou tendo tempo para descansar e comemorar com os familiares e amigos”, alegra-se.

E o que Matheus mais tem feito em sua folga é comer. “Queimei a largada. Nos três dias depois da luta eu comi tudo que eu tinha direito, até passei mal de tanto comer”, brinca o lutador que tem um hobby para os próximos dias em BH. “Vou ficar em casa, o máximo de tempo possível com a minha mãe. Ela fica cozinhando e eu comendo (risos). Isso é o que eu mais to aproveitando. Comida de mãe é a melhor do mundo”, elogia.

Recompensa

Se por um lado Matheus teve que fazer vários sacrifícios nos últimos meses, a recompensa também é muito boa. Após anos de competições menores, nas quais as premiações não são tão boas, Matheus recebeu uma premiação padrão para estreantes no UFC: US$ 10 mil por lutar, mais US$ 10 mil pela vitória.

“É uma boa premiação, claro. Mas também é com esse dinheiro que tenho que viver até a minha próxima luta, já que não temos um salário mensal”, explica o jovem lutador.

Mas quem pensa que com a estreia vitoriosa o lutador pode ficar tranquilo em relação ao seu futuro no UFC se engana.

Apesar de ser Matheus quem corre o risco de apanhar, de se machucar, e o pior, sair derrotado, quem mais sofre quando ele sobe no octógono é sua mãe, dona Rosely Nicolau.

Mesmo com a alegria pelo sucesso do filho, ela confessa que não teve coragem de acompanhar de perto a estreia de Matheus no UFC, e sequer assistiu o combate ao vivo pela televisão. “Fico muito nervosa, afinal ele pode apanhar e se machucar. Por isso, só assisti a reprise. Mas na hora que acabou e o pessoal me falou que ele tinha vencido gritei pela janela, mas assistir ainda não consigo”, comenta Rosely.

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