Apelidos, família boleira e 'Valdivinha': a intimidade do novo reforço atleticano

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
24/05/2017 às 18:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:42

Nenê, Buchecha e Valdívia. Dos apelidos dados ao novo reforço do Atlético, sendo os dois primeiros durante infância e adolescência, o terceiro foi o que mudou a vida do meia-atacante, de 22 anos, nascido em Jaciara, no Mato Grosso.

Fã no chileno Jorge Valdívia, Wanderson Ferreira de Oliveira foi quem escolheu a alcunha que usaria no mundo da bola. O nome do primogênito, inclusive, não poderia ser outro. Com menos de um ano de vida, o pequeno Valdívia, ou Valdivinha, é prova da idolatria que o pai tem pelo "Mago", atualmente no Al-Wahda, dos Emirados Árabes.

Respirando futebol desde que nasceu, o novo jogador do Atlético tem em quem se espelhar. Francisco, o patriarca da casa, conhecido por Chiquinho, só não seguiu na carreira por problemas no joelho. Os dois irmãos, Adriano e André, se profissionalizaram e trilharam longo caminho com a bola nos pés.

Adriano, hoje empresário, jogou durante 14 anos. Aposentado desde 2014, o ex-lateral-direito, de 32 anos, atualmente gerencia duas unidades do Centro de Treinamento Valdívia; um em Cuiabá e outro em Jaciara.

André, de 31, ainda calça as chuteiras. Atacante do Sinop, Andrezinho, como é chamado, ganhou a chuteira de ouro do Campeonato Matro-Grossense, após ter sido o artilheiro da competição.Arquivo Pessoal

A ascensão profissional

"Fominha de bola" desde criança, Valdívia até chorava para poder brincar com os irmãos. Aos 13, quando já não tinha dúvidas da profissão que segueria, mudou com a família para Rondonópolis, também no Mato Grosso, e começou a treinar no time da cidade.

Em 2013, veio a grande chance. Escalado para disputar a Taça São Paulo, ele e a equipe fizeram história. Com oito gols, o menino franzino encantou o país. Artilheiro da competição, levou o Rondonópolis Esporte Clube às oitavas de final; recorde para um time mato-grossense no torneio de base mais importante do país.

Contratado no mesmo pelo Internacional, ele teve a primeira grande oportundidade na carreira. O primeiro salário, segundo o irmão, foi gasto de um jeitinho bem com a cara do "PokoPika", outro apelido escolhido pelo próprio jogador.

"Tenho quase certeza que ele comprou um relógio. Se não foi a primeira coisa, foi uma das. É a cara dele. Quando vimos aquela coisa dourada, brincamos com ele", relembra Adriano ao Hoje em Dia.

"Ele também ajudou meus pais. É um cara de coração muito bom e que sempre ajuda a família", completa.

Campeão estadual em 2015, Valdívia recebeu o primeiro prêmio individual na categoria principal. Eleito craque do Gauchão, logo caiu nas graças do torcedor Colorado.

Importante também na Libertadores, ele virou algoz do Atlético na eliminação do time mineiro na fase de oitavas de final. Na ocasião, o meia anotou dois gols.Arquivo Pessoal

Lesão e retomada do sonho

Na mesma temporada, Nenê/Buchecha acabou coroado com a convocação para um amistoso da Seleção Brasileira Olímpica contra os Estados Unidos, em Belém. O jogo, porém, iniciaria um drama na vida do xodó do time gaúcho.

Com dores no joelho, após dividida, ele deixou o campo com pouco mais de 10 minutos de bola rolando. No dia seguinte, exames apontaram ruptura nos ligamentos.

"Ele ficou muito triste por não poder jogar e por ter perdido a chance de disputar a Olimpíada, mas manteve o sorriso no rosto e o jeito brincalhão", relata o irmão.

De lá para cá, porém, Valdívia não conseguiu apresentar o futebol que encantou o país. Voltando no fim do ano passado, não conseguiu ajudar o Inter a evitar a queda para a Segunda Divisão Nacional. Nesta temporada, em 20 jogos, não convenceu o técnico Antônio Carlos Zago e acabou virando opção de banco no Colorado.

Pedindo para deixar o clube, em busca de novos ares, o meia acabou abocanhado pelo Galo. O clube, inclusive, foi eleito por ele como o maior de Minas, numa entrevista dada ao canal Desempedidos, em abril do ano passado.

Segundo Adriano, o grande objetivo do irmão é retomar sonhos antigos, sendo a  Seleção o primeiro deles. Para isto, recuperar o bom futebol é meta obrigatória para o cidadão mais famoso de Jaciara.

Esperado na capital mineira nesta quinta-feira (25), Valdívia passará por exames médicos antes de ser anunciado oficialmente pelo novo clube. Em BH, ele deve ter a companhia de Sr. Chiquinho e de dona Dinair, assim como tinha em Porto Alegre.Reprodução/Twitter

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