Apoiadas na Lei Pelé, promessas queimam etapas na formação

Gláucio Castro - Hoje em Dia
26/08/2014 às 08:36.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:56
 (André Brant)

(André Brant)

Segundo semestre de 2012. O interesse da Juventus, da Itália, no atacante Léo Bonatini, do Cruzeiro, na época com 18 anos, mexe com os bastidores da Toca da Raposa. Joia da base celeste, o jovem estava perto de deixar o clube. Acabou emprestado com os direitos econômicos estipulados.

Dois anos depois, o desejo de brilhar do outro lado do Atlântico se transformou em sonho distante e Bonatini disputou a Taça BH de Futebol Júnior pelo Cruzeiro. Com contrato até dezembro de 2016, antes de voltar à Toca, ele esteve no time principal do Goiás até a Copa do Mundo, por empréstimo.

A história de Banitini é comum nas categorias de base do Brasil. Grandes promessas têm o processo de formação prejudicado pela decisão de se queimar etapas. E isso é um reflexo direto da realidade criada pela Lei Pelé, pois antes mesmo de completar 19 anos o jogador já tem a chance de buscar uma transferência.

“As pessoas acham que é fácil chegar à Europa e fazer sucesso. Mas não é bem assim. Senti isso na pele. No início você sofre muito com a língua, alimentação e cultura. Depois, vai se acostumando mais com o estilo de jogo e treinamento, que são bem diferentes”, explica o jogador.

Apesar das dificuldades, Bonatini garante que nem tudo foi perdido em sua passagem pelo futebol italiano: “Ganhei experiência e volto mais maduro. Estou feliz de retornar ao Brasil. Quero agora lutar para ter mais oportunidades de mostrar o meu potencial”.

Após a devolução do Goiás, Léo Bonatini chegou a participar de alguns treinos na Toca da Raposa II. Sem espaço com o técnico Marcelo Oliveira, foi “emprestado” à base para a disputa da Taça BH de Futebol Júnior, onde começou como reserva.

“O Bonatini estava sem espaço no Goiás com o Ricardo Drubscky. Por isso, o Cruzeiro resolveu trazê-lo de volta, pois entende que ele tem muito potencial. Ainda apostamos no sucesso dele na equipe principal”, afirma o superintendente da base celeste, Bruno Vicentin.

No Goiás, primeiro clube que defendeu após a passagem na Europa, Bonatini teve poucas chances com Ricardo Drubscky. Ele havia chegado ao clube no ano passado sob indicação de outro técnico, Enderson Moreira, que deixou o time em dezembro do ano passado.

“Todo jogador sonha em construir sua história, ser reconhecido. É o que eu estou tentando. Agora estou disputando a Taça BH e assim que acabar vamos ver o que acontece. Minha vontade era permanecer, mas se não der quero arrumar um outro clube onde eu possa fazer o que mais gosto que é jogar futebol”.

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